Da Agência Brasil
Brasília - O comércio de produtos para animais de estimação movimentou mais de R$ 14 bilhões em 2012 e colocou o Brasil no posto de segundo lugar no faturamento mundial, atrás dos Estados Unidos. As informações foram divulgadas pela Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), que discute hoje (12) os desafios do setor no Brasil e no exterior.
Segundo a Abinpet, o faturamento do setor no Brasil neste ano deve atingir R$ 15,4 bilhões, um aumento de 8,1% sobre 2012. A associação calcula que, com uma redução da carga tributária em 20%, o crescimento do setor poderia chegar a 12,2%, alcançando R$ 23,1 bilhões apenas neste ano.
A associação destacou que o país é o quarto no ranking de população de animais de estimação no mundo, de acordo com os dados de 2012, e representa 0,32% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional,. No encontro, participam representantes dos ministérios da Agropecuária e Abastecimento, das Relações Exteriores, do Desenvolvimento da Indústria e Comércio, além de parlamentares e entidades setoriais.
O Brasil ainda tem um grande potencial de comercialização de comida para animais que é inexplorado pelo mercado. Segundo a apuração deste ano, o consumo médio diário de alimento completo para cães e gatos é de 4,4 milhões de toneladas e o abastecimento industrial de 2,3 milhões. “Os dados apontam para um grande parque industrial subutilizado no país. São necessários investimentos para que esse segmento desenvolva mais”, disse José Edson Galvão de França, presidente executivo da Abinpet.
O professor de Educação Física Marcus Vinicius Santos, gasta mensalmente cerca de R$ 880 reais com seu casal de cachorros da raça Shih Tzu. “As despesas incluem banho semanal, ração específica, tosa todos os meses e uma consulta com veterinário. Se um deles têm algum problema de saúde, o gasto pode ser ainda maior com os medicamentos ou internação. É muito bom ter um animal de estimação, mas as despesas são altas como de filhos”, descreve.
A veterinária de pequenos animais Roberta Bigg, que também trabalha em seu consultório com hospedagem para cães, destacou os problemas que o excesso de cuidados causa no comportamento de cães e de gatos. Segundo ela, uma parte significativa das pessoas que têm animal de estimação deseja suprir uma carência afetiva e, por isso, tratam o bicho como um ser humano.
“Isso é um problema, o animal fica ansioso, triste quando o dono viaja, passa a se comportar com as características de uma pessoa”, disse a veterinária. “Para a veterinária é ótimo porque ele ganha dinheiro tratando os problemas de saúde que esses bichinhos desenvolvem. Mas pense pelo lado do animal? É muita maldade. As pessoas que querem criar [cães e gatos, entre outros] tem que saber que estão lidando com animais”.
Edição: Marcos Chagas
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias, é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil