Leandra Felipe
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Bogotá - As negociações pelo fim do conflito armado entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em Havana, Cuba, continuam no 16º ciclo de diálogo. A finalidade é conseguir consenso sobre a participação política da guerrilha após a conclusão do processo. Na quinta-feira da semana passada, os negociadores haviam decidido estender os diálogos até essa segunda-feira, mas hoje (5) resolveram continuar as conversações.
A sociedade colombiana e a imprensa no país esperam que um acordo sobre o tema possa ser anunciado após o término desta rodada de negociação. A imprensa no país que acompanha o processo em Cuba sinalizou que pelo menos 90% do acordo possam estar concluídos. A participação política é o segundo item da agenda de negociação definida no ano passado, antes do começo do processo.
O ciclo completa hoje 14 dias. Desta vez, os negociadores não disseram quando pretendem concluir o diálogo, embora as Farc tenham dito que esperavam terminar esta rodada até hoje. A expectativa do governo é que um acordo seja definido ainda esta semana.
A definição da participação política das Farc após o fim do conflito é um tema delicado da agenda que define como a guerrilha poderia formar um partido político, com direito de oposição política reguardado no país.
Desde o início desse ciclo, o governo e as Farc mudaram a dinâmica das reuniões com o objetivo de avançar na negociação. O tema político, o segundo da agenda, é discutido desde junho.
Após o término da discussão desse ponto, os negociadores ainda terão de avaliar mais quatro itens: a reparação das vítimas do conflito; o desarmamento e a desmobilização; soluções para o problema das drogas no país e garantias para o cumprimento dos acordos celebrados no pós-conflito. Já existe acordo sobre o tema do desenvolvimento agrário, discutido entre novembro do ano passado e maio deste ano.
No próximo dia 18, a mesa completará um ano de negociação. Sete dias depois o presidente Juan Manuel Santos terá de definir e anunciar se concorrerá ao processo de reeleição no país em 2014. O sucesso do processo de paz é considerado essencial para que ele tenha chances de se reeleger.
Edição: Talita Cavalcante
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