Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Homens do Batalhão de Guarda, tropa de elite do Exército, com escudos, viseiras e usando uma espécie de armadura, além de armas não letais, estão enfileirados em frente ao Windsor Hotel Barra, na Avenida Lúcio Costa, altura do Posto 3, na Barra da Tijuca, desde as primeiras horas da madrugada. O efetivo conta com cerca de 40 militares e o apoio de quatro cães rottweilers adestrados. Uma lancha da Marinha dá apoio à operação, fazendo patrulhamento no mar.
A rotina do hotel não foi modificada e os hóspedes e turistas podem chegar e entrar normalmente. As pessoas também estão podendo transitar sem restrições e passar na calçada do hotel, sem qualquer tipo de abordagem. Os carros que chegam com hóspedes estacionam sem problemas em frente à portaria. Dois carros da Polícia Federal - do Grupo Antibombas e do canil da corporação - chegaram por volta das 14h30 para fazer a varredura no local, onde ocorrerá o leilão do Campo de Libra nesta segunda-feira, a partir das 14h.
O guardador autônomo Antonio Marcos Gomes, 43 anos, que trabalha no estacionamento em frente à praia, ao lado do hotel, há mais de 20 anos, disse que "a escolta está forte. Chega a impressionar. Não há quem se atreva a fazer encrenca aquí", disse referindo-se ao aparato militar destacado para a área.
Os donos dos dois quiosques instalados na orla, quase em frente ao Windsor Hotel, estão prevendo prejuízo para amanhã, porque já foram avisados de que não poderão abrir para o público porque toda a área será cercada por grades de ferro, que se estenderão até a areia da praia. Há uma margem de segurança de mais de 1.000 metros que será ocupada pelas forças de segurança para evitar a aproximação de manifestantes. Até mesmo os banhistas vão ficar impedidos de usar aquela faixa da areia da praia.
O funcionário do Quiosque Vinicius, o nordestino Arnaldo Rufino dos Santos, disse que o prejuízo amanhã será grande. Por ser Dia do Comerciário, a praia ficaria cheia e vamos deixar de ter um lucro de cerca de R$ 1.500. "Isso tinha que ser em um lugar mais reservado. O Exército já esteve aqui e avisou que não é para abrir. Isso [o leilão] era para ser feito no Riocentro, uma área mais reservada", lamentou.
O dono do Quiosque Paco's, que fica ao lado, Leandro Pereira, 35 anos, disse que o lucro de cerca de R$ 2 mil vai embora. "Eu vou deixar de ganhar. Por outro lado, fico mais tranquilo. Esses mascarados poderiam vir para cá e começar a quebrar tudo. Agora, fazer isso [leilão] aqui na Barra? Tinha que ser em Brasília".
O general Nolasco, comandante da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada, responsável pela segurança do Exército no local, disse que a faixa de areia pode ser ocupada ou não. "São contingências. Tanto pode fechar como não", mas isso já está no planejamento feito pelo Ministério da Defesa.
Edição: Graça Adjuto
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