Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os ministros da Defesa do Brasil, Celso Amorim, e da Rússia, Sergey Kuzhugetovich, reuniram-se hoje (16) para tratar da parceria estratégica militar acertada em dezembro entre os presidentes Dilma Rousseff e Vladimir Putin. Em pauta, a compra de sistemas de defesa antiaérea móvel (Panzir, de médio alcance) e portátil (Igla, de curto alcance). A exemplo de outras compras feitas pelo governo brasileiro, o acordo envolverá transferência da tecnologia aplicada nos equipamentos.
“Não se trata de uma visita para comprar ou vender, mas de uma visita de cooperação estratégica entre integrantes do Brics [grupo composto pelos principais países emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul]”, disse Amorim.
Os dois ministros avançaram também nas tratativas para a criação de um grupo de trabalho na área de defesa cibernética e para o intercâmbio de militares. Outro assunto abordado pelos ministros foi o Projeto FX-2, que visa à aquisição, pelo Brasil, de aviões de quarta geração.
No encontro, Amorim informou que o projeto é uma “necessidade mais imediata”, mas ressaltou que o Brasil pretende, em médio prazo, buscar também parcerias para o desenvolvimento de caças de quinta geração, com tecnologias e sistemas de armas mais avançados.
Amorim disse ao ministro russo que a aquisição dos sistemas de defesa antiaérea – estimada em US$ 1 bilhão, mas com possibilidades de redução deste valor – e dos helicópteros MI-35, ao custo unitário de US$ 25 milhões, representam uma primeira experiência que, se for bem sucedida, poderá avançar ainda mais.
O Brasil já recebeu nove dos 12 helicópteros contratados. Parte deles já está sendo usada pela Força Aérea principalmente na Amazônia. “Nossa visão em relação à Rússia não é a compra eventual de equipamentos militares. Até podemos fazê-lo, mas nossa visão é, sim, busacar parceria estratégica voltada para o desenvolvimento tecnológico conjunto. Por isso, nossas primeiras experiências com vocês são tão importantes”, disse Amorim ao ministro russo.
O projeto mais adiantado é o da artilharia antiaérea. Para assinar o contrato, faltam apenas alguns detalhamentos técnicos, principalmente relativos à transferência de tecnologia. A fim de resolvê-los, uma missão técnica brasileira deverá ir à Rússia dentro de um ou dois meses, informou o Ministério da Defesa.
Edição: Nádia Franco
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