Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A edição deste ano do Festival do Rio teve um saldo positivo, apesar das circunstâncias externas, como as mudanças na programação provocadas pelos confrontos entre manifestantes e a Polícia Militar, nas proximidades do Cine Odeon Petrobras, na Cinelândia, centro do Rio, de acordo com a avaliação feita pela diretora de Comunicação e Marketing e integrante do Conselho Diretor do festival, Vilma Lustosa.
O festival também foi importante para o estudante maranhense David Silva Caripunas, de 21 anos. Segundo ele, o evento confirmou as expectativas que tinha ao começar a capacitação em audiovisual, no RioMarket Jovem, projeto desenvolvido pelo Festival do Rio na edição deste ano.
No fim de setembro, David conversou a reportagem da Agência Brasil e disse que tinha deixado o Maranhão, fazia duas semanas, com a cabeça cheia de planos para seguir carreira "no mundo do cinema". O maranhense veio morar com o pai na comunidade da Vila do João, no Complexo da Maré, na zona norte do Rio.
Ele falou da dificuldade que teve para se inscrever no RioMarket Jovem. Por pouco não perdeu o prazo, mas teve a sorte de encontrar a coordenadora do projeto, Fernanda Ferrari, no Armazém da Utopia, onde funcionou a sede do festival, na zona portuária da cidade, e conseguiu fazer o curso.
"Foi uma experiência inédita na minha vida. O que vivi nessas duas semanas, eu não vivi em toda a minha vida no Maranhão. Foi uma oportunidade ímpar. Eu tenho que agradecer ao Festival do Rio e a todos que me deram a oportunidade. Superou as minhas expectativas, e estou muito otimista com os resultados sobre o que eu aprendi aqui”, disse à Agência Brasil.
No RioMarket Jovem, de 28 de setembro a 10 de outubro, David fez contatos com pessoas que, segundo acredita, vão dar impulso no que quer profissionalmente. Ele está comemorando o resultado de um desses contatos, que o levou a um curso gratuito do projeto Cinema Nosso, que tem patrocínio da Petrobras. "Fui selecionado para o Cinema Nosso, curso regular de cinema, e consegui uma vaga. O curso tem um ano e meio de duração, e a gente vai ser bolsista da Petrobras”, disse. “Fui selecionado por meio do questionário socioeconômico. Eles abriram vagas para 40 pessoas", completou.
As perspectivas de David não param por aí. Ele também aguarda ser chamado para estudar no curso de cinema da Universidade Federal Fluminense, em Niterói, área metropolitana do Rio.
Para a coordenadora do RioMarket Jovem, Fernanda Ferrari, a primeira edição do programa também terminou com resultados positivos. A direção analisa a permanência dele durante todo o ano em parceria com o Museu de Arte do Rio (MAR), no centro da cidade.
Ela destacou o interesse dos jovens de comunidades populares na área de audiovisual. "Foi ótimo. Todos eles estavam superinteressados. Vários descobriram o que querem seguir na vida. Uns chegaram a dizer que querem fazer direção de arte. Para o encerramento, eles se juntaram para fazer um vídeo, um dirigiu, outro editou. Foi um projeto que eles fizeram e quiseram apresentar no encerramento. Para mim foi incrível. Foi uma experiência muito boa. Evoluí junto com esses jovens", disse.
Edição: Aécio Amado
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. É necessário apenas dar crédito à Agência Brasil
Festival do Rio tem saldo positivo, apesar dos problemas causados pelas manifestações, diz diretora
RioMarket promove encontros para discutir questões jurídicas em coproduções internacionais
Jovens de comunidades cariocas fazem capacitação em audiovisual no Festival do Rio
Filme Serra Pelada é exibido na sessão de encerramento do Festival do Rio