Paulo Victor Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A presidenta Dilma Rousseff recebeu na tarde de hoje (10) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio da Alvorada. Durante cerca de quatro horas, os dois almoçaram e conversaram com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, o publicitário João Santana, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins.
Segundo Mercadante, Lula elogiou o discurso de Dilma, na abertura da 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas, sobre a espionagem dos Estados Unidos a cidadãos, a integrantes do governo e a empresas brasileiras. “A expectativa deles inclusive é que o Brasil leve adiante essa agenda para que a gente possa manter a mais ampla liberdade, que é a alma da internet, e preservar a soberania, os direitos e garantias dos indivíduos, das empresas, o sigilo, que é imprescindível à convivência democrática”, disse Mercadante, que também se referiu ao encontro que o Brasil vai sediar no ano que vem para discutir a governança da internet em nível mundial.
De acordo com o ministro da Educação, os participantes do encontro com Dilma também fizeram um balanço dos cinco pactos lançados pela presidenta após as manifestações ocorridas em várias cidades do país. Segundo o relato de Mercadante, que conversou com jornalistas na saída do Palácio da Alvorada, houve avanços importantes na política do governo após os protestos. “Na área da educação, os royalties da educação, que por duas vezes tinha sido derrubado no Congresso, foi aprovado. O presidente Lula elogiou também a aprovação do Mais Médicos, a presidenta Dilma estava muito contente com a votação”, revelou.
Segundo Mercadante, Dilma e Lula comemoraram a aprovação da mudança nas regras para a criação de partidos, pelo Senado. Eles esperam que a consolidação dos partidos avance com esse novo marco.
“Há uma pulverização de partidos, uma fragmentação, [onde há] partido só de deputado, o deputado sai e leva o tempo de televisão, o Fundo Partidário. Assim você não constrói uma representação política”, avaliou. “[Em] todas sociedades que têm uma democracia consolidada, a fidelidade partidária é um valor fundamental”, disse o ministro.
A política e o cenário eleitoral de 2014 também foram assuntos da conversa entre a presidenta e seu antecessor. Segundo Mercadante, a ida da ex-senadora Marina Silva para o PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, é uma “novidade política”, mas falta muito tempo para as eleições e eles estão mais preocupados com a qualidade do governo do que com o quadro dos outros concorrentes, “mesmo porque nada disso ainda está definido”.
Edição: Lana Cristina e Juliana Andrade
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