Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) fazem na Avenida Paulista, em São Paulo, uma manifestação por eleições diretas para o cargo de reitor da instituição. Os alunos pedem também a saída do atual reitor, João Grandino Rodas, do governador do estado, Geraldo Alckmin, e carregam faixas e cartazes em apoio aos professores grevistas da rede municipal de ensino do Rio.
A Polícia Militar não informou o número de manifestantes presentes no ato, mas os estudantes ocupam quase que totalmente o vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Eles pretendem sair em passeata pela Avenida Paulista em direção à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, onde é prevista uma audiência pública sobre a democratização da universidade.
“O que coloca os estudantes em greve é uma discussão pela democratização da universidade. Dois pontos para gente são cruciais: a questão das diretas já para reitor, mas também de uma reforma estatuinte. A USP hoje é formada em torno de um estatuto da ditadura militar. Há uma necessidade brutal para que esse estatuto seja reformado”, disse Luísa D’Ávora, do Diretório Central dos Estudantes da USP.
A manifestação dos estudantes adotou um tom comemorativo em razão de a Justiça ter negado, mais cedo, o pedido de reintegração de posse feita pela reitoria. A decisão foi tomada após a audiência de conciliação entre estudantes e representantes da universidade, ocorrida ontem (8), ter terminado sem acordo.
“Essa foi uma primeira vitória dos estudantes da USP, a Justiça hoje declarou que o movimento dos estudantes é um movimento político, democrático e legítimo, e, assim, ele tem de ser reconhecido pela universidade. Para ele ser reconhecido dessa maneira, o reitor tem de sentar, negociar e dialogar conosco”, disse o diretor do DCE da USP, Pedro Serrano.
A ocupação do prédio, iniciada em 1º de outubro, é por eleições diretas para reitor, votação paritária entre as três categorias (alunos, funcionários e professores) e o fim da lista tríplice, que confere ao governador a escolha do reitor entre os três mais votados.
“Nosso objetivo hoje é abrir diálogo com a sociedade, demonstrar que a USP é pública e, para isso, ela tem de ser mais democrática, tem de ter eleição direta para reitor. A bola está na mão da reitoria Nós queremos o diálogo, queremos negociar, estamos esperando que eles deixem de ter uma postura intransigente e receba os estudantes”, destacou Serrano.
Edição: Aécio Amado
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