Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Bensalem Khaled, 35 anos, nascido na Tunísia, foi detido por autoridades italianas sob a acusação de ser o responsável pelo transporte ilegal de mais de 500 imigrantes clandestinos da Líbia para a Itália. A embarcação, na qual estavam os imigrantes, naufragou, na semana passada perto da Ilha de Lampedusa (Itália). Alguns dos 155 sobreviventes identificaram o tunisiano.
Na embarcação, viajavam mais de 500 clandestinos. Até o momento foram recuperados 235 corpos e há mais de 100 desaparecidos, de acordo com as estimativas feitas a partir dos relatos dos sobreviventes.
O tunisiano será encaminhado à prisão siciliana de Agrigento. Khaled era chamado de “capitão” pelos imigrantes. Segundo os relatos, Khaled levou os clandestinos do deserto à cidade de Misrata, no Noroeste da Líbia, onde embarcaram com destino à Europa.
As testemunhas contaram que a manta usada por Khaled pegou fogo, dando origem ao incêndio e, depois, ao naufrágio. O tunisiano é acusado de homicídio múltiplo e de ajuda à imigração ilegal. Segundo os imigrantes, havia outro traficante a bordo, mas ele ainda não foi localizado.
A Comissão Europeia vai pedir aos países-membros recursos para que promovam uma operação de patrulhamento no Mar Mediterrâneo em decorrência do acidente envolvendo os imigrantes na Ilha de Lampedusa. A comissária europeia dos Assuntos Internos, Cecilia Malmstroem, disse que vai propor “uma grande operação de segurança e salvamento no Mediterrâneo, do Chipre até a Espanha”.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, vai visitar o local da tragédia amanhã (9), acompanhado da comissária Malstroem. A Itália já tinha pedido ajuda aos parceiros europeus para atender ao número crescente de refugiados que chegam à costa. O país quer que a questão de imigração conste da agenda da cúpula europeia, prevista para o fim deste mês.
Segundo as autoridades, desde janeiro, chegaram à Itália mais de 30 mil clandestinos, quatro vezes mais que em todo o ano de 2012, o que deve ser partilhado com outros países, principalmente os mais ricos do Norte.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa
Edição: Graça Adjuto