Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O encerramento dos trabalhos da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) foi marcado pelo apelo à elaboração de uma nova agenda global sobre desenvolvimento sustentável. No discurso de encerramento do presidente da assembleia, John Ashe, ontem (1º), ele pediu que os Estados-Membros da organização avancem decisivamente na eliminação da pobreza e no combate ao subdesenvolvimento, de forma a aliar crescimento econômico, inclusão social e proteção ambiental.
Líderes mundiais, chefes de Estado e de governo estiveram reunidos em Nova York, nos Estados Unidos, desde o último dia 24 para a Assembleia Geral da organização.O desenvolvimento foi o principal tema dos debates deste ano, motivados pela iminência do fim do prazo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), em 2015.
"Nós somos os únicos responsáveis por encontrar um terreno comum. E com as direções e os pontos de referência definidos nesta semana, cabe a nós identificar nossa agenda comum e avançar sobre ela. Nós somos responsáveis pela implementação da ação, trabalhando para criar uma agenda de desenvolvimento pós- 2015", disse Ashe.
"A agenda de desenvolvimento pós-2015 será um dos projetos mais ambiciosos da ONU até o momento, em que todas as nações serão chamadas para estimular ações com a meta de ajudar o mundo a viver de acordo com nossas promessas para acabar com a pobreza, educar as crianças, capacitar as mulheres e prestar serviços de saúde para todos", explicou o representante do Camboja, Kosal Mar.
O tema foi citado por representantes de diversos países, tanto desenvolvidos quanto em desenvolvimento, que ressaltaram a importância do papel da ONU para lidar com os desafios globais e manter a paz. Na assembleia, também foram discutidos temas polêmicos, como a resolução do Conselho de Segurança para a Síria e a reforma desse conselho.
"Em um mundo globalizado, com mudanças dramáticas de poder e influência, uma ONU forte é mais relevante do que nunca. Precisamos da ONU, com a sua legitimidade única e a sua filiação universal que possa contribuir com soluções comuns para os desafios globais, que reflita o dinâmico cenário político, por meio de um Conselho de Segurança reformado", disse o representante da Dinamarca na ONU, Ib Petersen.
O representante da Dominica, Vince Henderson, reclamou da morosidade dos programas de combate à pobreza, que, em muitos países, segundo ele, são a única esperança do povo. "Se a principal vocação das Nações Unidas é a manutenção da paz e da segurança internacional, é óbvio que esses objetivos só podem ser alcançados de forma duradoura se a extrema pobreza e a miséria não forem mais solo fértil para todos os tipos de instabilidade em nossas sociedades", concordou o representante do Togo, Kodjo Menan.
"Desejamos ver a ONU assumir um papel mais ativo na luta contra os desequilíbrios, na mediação e na resolução de conflitos internacionais. A luta contra a pobreza, contra as injustiças e a maior disseminação do conhecimento deve, a nosso ver, ser motivo de preocupação permanente para a nossa organização, a fim de garantir que todos os povos possam atingir um nível satisfatório de desenvolvimento e dignidade", explicou o representante de São Tomé e Príncipe, Carlos Filomeno Agostinho das Neves.
* Com informações da ONU
Edição: Valéria Aguiar
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