Chanceleres do Brics expõem posições sobre espionagem e conflito sírio

26/09/2013 - 21h31

Paulo Victor Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Durante a 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas, os ministros de Relações Exteriores do Brics (Brasil, Rússia, Índia e África do Sul) manifestaram contrariedade a uma solução militar para o conflito sírio e se disseram preocupados com as práticas de interceptação não autorizada de comunicações de cidadãos, empresas e membros de governo.

Segundo comunicado à imprensa divulgado no início da noite hoje (26) pelo Itamaraty, tal prática compromete a soberania nacional e os direitos individuais dos países sujeitos à espionagem. No fim de agosto, reportagens denunciaram que a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) tinha acesso à comunicação de cidadãos, autoridades e empresas brasileiras.

Os ministros consideraram importante, de acordo com o comunicado, “contribuir e participar em um espaço cibernético pacífico, seguro e aberto e enfatizaram que a segurança no uso da tecnologia de informação e comunicação por meio de normas, padrões e práticas universalmente aceitos é de importância fundamental”.

Sobre o conflito sírio, os chanceleres opinaram que todas as partes têm que se comprometer “imediatamente com um cessar-fogo completo” para que tenham fim a violência e a deterioração da situação humanitária no país. Além disso, a assessoria do ministro das Relações Exteriores brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, informa que “os ministros condenaram fortemente o uso dessas armas [químicas] por qualquer parte em quaisquer circunstâncias”.

Os países também saudaram o acordo entre a Rússia e os Estados Unidos para a eliminação de armas químicas da Síria e o compromisso do país de aderir à convenção sobre o assunto. “Os ministros reiteraram que não há solução militar para o conflito e que é chegado o momento da diplomacia”, diz ainda o documento.

As declarações dos países sobre essas questões são similares à opinião da presidenta Dilma Rousseff, que anteontem (24) tratou de questões internacionais durante seu discurso de abertura na Assembleia Geral das Nações Unidas. Ainda segundo os ministros, “a resolução do conflito israelo-palestino é um pré-requisito para a construção da paz sustentável e duradoura no Oriente Médio”.

Em defesa de uma solução que contemple um “Estado palestino contíguo e economicamente viável”, o comunicado condena a construção de assentamentos israelenses nos territórios palestinos ocupados, o que, segundo os chanceleres, “constitui uma violação do direito internacional e é prejudicial ao processo de paz”.

 

Edição: Aécio Amado

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