Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) instaurou processo administrativo, após denúncias de atuação de um cartel na produção e beneficiamento de sal marinho. De acordo com o Cade, as empresas investigadas respondem por mais de 80% da produção de sal no país.
Em nota divulgada hoje (26), o Cade informa que as investigações foram motivadas por matérias veiculadas na mídia, nas quais representantes do setor fizeram comentários sobre acertos de preço e controle da produção do sal no Rio Grande do Norte.
Há cerca de um ano, o Cade cumpriu nove mandados de busca e apreensão na sede de sindicatos e empresas que supostamente estariam envolvidas no cartel. A operação abrangeu os municípios de Mossoró e Natal, no Rio Grande do Norte, e o Rio de Janeiro, onde os grupos mantêm escritórios comerciais. Na operação, foram apreendidos documentos físicos e eletrônicos que, segundo a nota, “revelaram informações acerca do suposto cartel, que já estaria em atuação há mais de 20 anos”.
Três associações do setor, 21 empresas salineiras e 43 pessoas físicas teriam atuado para fixar preços, valores de frete e condições de venda, além de dividir o mercado e controlar quotas de produção.
Como essas empresas respondem por mais de 80% da produção nacional, o Cade suspeita da existência de cartel, o que resultaria em “impacto significativo” nos preços do sal para a alimentação. Entre as consequências está o encarecimento da cesta básica em todo o país e do sal usado na indústria de produtos químicos e farmacêuticos.
Edição: Nádia Franco
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