Da Agência Brasil
Brasília – Em diversas cidades do país, folhetos informativos foram distribuídos para marcar o Dia Mundial de Combate à Sepse, doença mais conhecida como septicemia ou infecção generalizada. O Brasil participa pelo segundo ano consecutivo da mobilização liderada pela Global Sepsis Alliance (GSA), sob a responsabilidade do Instituto Latino-Americano de Sepse (Ilas) e da Associação de Medicina Intensiva Brasileira.
A sepse é uma inflamação generalizada do organismo contra uma infecção localizada. Por vezes, a infecção pode estar localizada em apenas um órgão, como o pulmão, por exemplo, mas provoca uma resposta em todo o organismo com inflamação, em uma tentativa de combater o agente da infecção. Conforme a GSA, cerca de 30 milhões de casos surgem no mundo a cada ano. Estudos, coordenados pelo Ilas, apontam que cerca de 25% dos leitos de UTIs no Brasil são ocupados por pacientes com a doença. A taxa de mortalidade no país chega a 65% ante a média mundial, que está em torno de 30% a 40%, segundo dados divulgados pela campanha. Em 2003, foram registrados 398 mil casos e 227 mil mortes no país.
Em Brasília, foram distribuídos folders sobre a doença, das 7h às 14h, no Terminal Rodoviário de Brasília e no Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek. "As pessoas não sabem, quando nos procuram surgem poucas dúvidas", disse a estudante de medicina da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs), Jaqueline Souza, que participou da campanha e destacou que a sepse é desconhecida da maioria dos brasileiros.
Um dos objetivos da mobilização é conscientizar que a doença deve ser tratada como emergência médica para que todos os pacientes possam receber tratamento adequado, que se baseia na aplicação de antibiótico pela veia o mais rápido possível. Pode ser necessário ainda o uso de oxigênio, aplicação de líquidos na veia, remédios que elevem a pressão arterial, diálise em caso de parada dos rins e uso de aparelho de respiração artificial para aqueles que apresentarem dificuldade grave de respirar.
A estudante Jaqueline Souza explica que qualquer pessoa pode ter sepse, porém as mais propensas são prematuros, crianças com menos 1 ano de idade e idosos acima de 65 anos.
Não existem sintomas específicos. A recomendação é que pessoas com infecção, febre, taquicardia, respiração mais rápida, fraqueza intensa, tonteiras, pressão baixa, diminuição do volume de urina, falta de ar e sonolência excessiva devem procurar imediatamente um médico ou ir a um hospital.
Para diminuir o risco de sepse, a orientação é sempre manter atualizado o calendário de vacinação das crianças, higienizar as mãos e cuidados com o equipamento médico. Essas medidas ajudam a prevenir infecções hospitalares que levam à sepse. De acordo com a campanha, a doença não decorre somente de infecções hospitalares. Outra recomendação é a adoção de bons hábitos de saúde, evitar a automedicação e o uso excessivo de antibióticos.
Edição: Carolina Pimentel
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir o material é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil