Carolina Sarres e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – A taxa de mortalidade infantil no mundo caiu 47% nos últimos 22 anos. As estimativas são do Relatório de Progresso 2013 sobre o Compromisso com a Sobrevivência Infantil: Uma Promessa Renovada, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado hoje (13). Em números absolutos, a redução significa que morrem 17 mil crianças a menos por dia.
Em 1990, a taxa de mortalidade infantil mundial era 90 para cada mil nascidos vivos e atualmente caiu para 48. Há duas décadas, as estimativas eram que mais de 12,6 milhões de crianças abaixo dos 5 anos morriam por ano. Hoje, essa média caiu para 6,6 milhões.
A taxa de mortalidade infantil é um índice que mede a probabilidade de morte entre o nascimento e os 5 anos de uma criança a cada mil nascimentos. Essa taxa é uma das que compõem a expectativa de vida ao nascer, que faz parte do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e é um dos indicativos mais usados para mensurar o desenvolvimento os países e balizar a elaboração de políticas púbicas.
De acordo com o Unicef, a redução da taxa de mortalidade se deve ao maior acesso a tratamentos de saúde e tratamentos mais eficazes, combinado ao comprometimento político dos países. O destaque para a queda do índice mundial é a aceleração da redução das taxas de mortalidade infantil entre 1990 e 1995 – especialmente na África, que teve queda de, pelo menos, metade de suas taxas desde a década de 1990.
Ainda assim, o fundo alerta para a possibilidade do não cumprimento das metas do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas, referente à redução da mortalidade infantil. "Sem progressos mais rápidos na redução de doenças que podem ser prevenidas, o mundo não vai cumprir a meta até 2028 – 13 anos depois do prazo, e 35 milhões de crianças terão morrido entre 2015 e 2028 – crianças que poderiam ter vivido caso conseguíssemos cumprir essa meta", informou o relatório.
Para a Unicef, é fundamental a prevenção de doenças como pneumonia, diarreia e malária, que foram responsáveis, em 2012, pela maioria das 6,6 milhões de mortes de crianças com menos de 5 anos. Segundo o fundo, essas doenças estão fundamentalmente relacionadas ao desenvolvimento do país, o que pode ser superado por meio da atuação conjunta de governos, organizações e da sociedade civil.
"Apesar desses ganhos, a sobrevivência da criança continua a ser uma preocupação urgente. Em 2012, cerca de 6,6 milhões de crianças morreram antes do seu quinto aniversário, a uma taxa de cerca de 18 mil por dia. E o risco de morrer antes dos 5 anos varia enormemente dependendo de onde a criança nasce", destacou o relatório, ressaltando que, desde 1990, 216 milhões de crianças morreram antes dos 5 anos – mais do que toda a população do Brasil, o quinto país mais populoso do mundo.
Edição: Denise Griesinger
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