Agência Brasil
Brasília - A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) divulgou nesta quinta-feira (12), o estudo Safra 2012 e 2013 Produção Recorde de Grãos no Brasil e na Região Geoeconômica de Brasília (RGB) e Evolução no Período 1990 a 2013. Os dados colhidos pela empresa demonstram o forte crescimento do Brasil, em particular da Região Centro-Oeste, na produção de grãos, nas últimas duas décadas. O país evoluiu de 2,6%, em 1990, para 6% neste ano, com volume recorde de produção de 189,3 milhões de toneladas. O Centro-Oeste é a principal região produtora do país, com 78,6 milhões de toneladas de grãos.
O presidente da Codeplan, Julio Miragaya, defende investimentos de infraestrutura para que a capital federal se torne um polo de atividade agropecuária com a produção de insumos, sementes, fertilizantes e maquinário. Ele destacou o fato da economia do Distrito Federal estar baseada no setor terciário. No entanto, para que isso ocorra ele ressaltou a necessidade de investimentos maciços na melhoria da distribuição de energia em toda a região, insumo essencial para o setor.
As três culturas de destaque no Brasil – soja, milho e arroz - responderam por cerca de 90,5% no total da produção de grãos produzidos em 2012. Somente a soja e o milho foram responsáveis por 83,6% do total que, em 2013, subiu para 85,2%. A cultura da soja se sobressai na Região Centro-Oeste, com uma produção de 38,2 mil toneladas em 2013, totalizando 47% da produção nacional.
Segundo o estudo, tal concentração tem levado a inibição da área dedicada a outros grãos, voltados para a alimentação básica da população como feijão, arroz e trigo, assim como os cultivos de mandioca e de banana, o que leva ao encarecimento desses produtos no mercado interno.
Nesse contexto de forte produção de grão no Brasil, o crescimento concentrou-se em áreas recentemente abertas, seja nas velhas fronteiras como na Região Centro-Oeste, ou nas novas fronteiras, como a chamada região Mapitoba, que compreende o sul do Maranhão e do Piauí, o leste do Tocantins e o oeste da Bahia, com perigosa tendência de se expandir em áreas da Floresta Amazônica.
Perguntado sobre eventuais danos ambientais por causa da expansão da fronteira agrícola no país e, especialmente no Centro-Oeste, Julio Miragaya disse que “nenhum estudo pode ter a pretensão de [prever] todos os aspectos, de todas as variáveis”. Ele acrescentou que o estudo apresentado hoje “foca em uma situação dada. O estudo mostra a questão econômica. Gostemos ou não isso é um fato, alguns setores estão se apropriando dessa condição de grande região agrícola, que é o caso de Goiânia (GO), São Paulo (SP) e Uberlândia (MG)”.
Edição: Marcos Chagas
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