Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, ressaltou hoje (6) que o governo fará um esforço para "eliminar as preocupações” existentes na comunidade internacional em torno do programa nuclear desenvolvido no país. A comunidade internacional desconfia que há a produção de armas nucleares no Irã e, por essa razão, o país sofre uma série de restrições. Os iranianos, porém, negam irregularidades no programa.
"Há dois princípios no domínio nuclear: primeiro, o respeito pelos nossos direitos em matéria de tecnologia nuclear, especialmente o enriquecimento de urânio. O segundo, eliminar as preocupações internacionais", disse Zarif, que conversou, por telefone, com a alta representante dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, Catherine Ashton.
Zarif acrescentou que a produção de armas químicas não faz parte da política do governo do presidente Hassan Rohani. "Eliminar as preocupações internacionais é do nosso interesse porque as armas atômicas não fazem parte da política da República Islâmica do Irã. Consequentemente, o nosso interesse é eliminar qualquer ambiguidade sobre o programa nuclear", garantiu.
O chanceler reiterou que, por determinação do presidente da República, é preciso “mostrar vontade política para progredir rapidamente". Depois de eleito, em junho, Rohani anunciou que pretendia fazer "negociações sérias, sem perdas de tempo" com as grandes potências e estar pronto a mostrar maior transparência, sem ceder na questão dos "direitos inegáveis" do Irã no domínio nuclear.
Rohani referia-se ao enriquecimento de urânio, alvo das preocupações ocidentais e principal tema de debate nas negociações do grupo 5+1 – formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (França, Reino Unido, Estados Unidos, China e Rússia), e a Alemanha.
Ashton e Zarif deverão se reunir no fim do mês em Nova York (Estados Unidos), no intervalo das sessões da Assembleia Geral das Nações Unidas. "À margem da Assembleia Geral das Nações Unidas (fim de setembro), teremos uma reunião que será muito importante", disse Ashton.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa
Edição: Graça Adjuto