Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Milhares de passageiros dos trens urbanos que ligam o centro às zonas norte e oeste e dos ônibus BRT, que fazem a ligação Barra da Tijuca – Santa Cruz, na zona oeste, tiveram uma manhã de caos. Vinte e sete estações da SuperVia, concessionária que administra o serviço, ficaram fechadas por mais de uma hora e os ônibus do BRT só voltaram a circular quatro horas depois dos horários previstos.
Um trem do ramal de Santa Cruz enguiçou antes de chegar na Estação de Engenho de Dentro. Os passageiros foram obrigados a descer e caminhar pelos trilhos. Indignados, muitos fizeram um protesto pacífico, colocando camisetas e mochilas sobre os trilhos. Na estação vizinha, de Quintino Bocayuva, alguns passageiros atearam fogo na cabine de uma composição. As chamas se espalharam antes da chegada dos bombeiros, mas ninguém ficou ferido.
Muitas pessoas, vindas da zona oeste e da Baixada Fluminense que desembarcavam na Central, se queixavam da demora no atendimento por parte da SuperVia no momento do acidente. Algumas delas disseram que demoraram mais de duas horas para chegar no centro da capital fluminense.
"Eu saí de Nilópolis - Baixada Fluminense - às 8h e só consegui chegar aqui no centro às 10h30. Esses problemas nos trens tem sido cada vez mais recorrentes. Aí, depois, as pessoas ficam chamando os passageiros de vândalos", disse o vigilante Jeferson Oliveira.
A comerciante Natália Dias, que deveria estar às 8h no centro para o seu primeiro dia no novo emprego, se queixou da falta de informações. "Nós ficamos quase 20 minutos com o vagão fechado sem qualquer tipo de informação. Nós utilizamos esse meio de transporte justamente pela rapidez e agilidade, mas não é isso que acontece no dia a dia. Somos tratados como animais. Estamos cansados”, disse a comerciante que mora em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
A SuperVia informou, em nota, que o incêndio foi controlado pelo Corpo de Bombeiros. No entanto, bombeiros e técnicos da empresa permanecem na estação para retirar a composição e liberar as linhas, que ficaram interditadas por mais de uma hora.
Ainda na nota, a SuperVia diz que “não existe nenhum material inflamável nos trens e, por isso, suspeita que o fogo foi criminoso”. A empresa acrescentou que foram veiculados avisos aos passageiraos que estavam nos trens e em todas as estações a cada minuto, informando sobre a situação.
Também em nota, a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos (Agetransp), informou que abriu boletim de ocorrência e enviou fiscais à Estação de Engenho de Dentro para apurar os motivos do incidente ocorrido pela manhã.
O diretor do Sindicato dos Ferroviários do Rio de Janeiro, Pedro Ricardo de Oliveira, disse que o sistema de trens está cada vez pior. “Cada vez mais o sistema está deteriorado. Cada vez mais vemos a falta de manutenção, a falta de compra de novos materiais. Se alguém está sabotando alguma coisa é a SuperVia que está sabotando a população”.
No BRT, o sistema rápido de ônibus, os manifestantes interromperam a circulação na Estação Magarça, em protesto pelo número reduzido de coletivos e pela superlotação. Em nota, o consórcio BRT declarou que a ligação entre Santa Cruz e o Terminal Alvorada foi interrompida desde as 7h25 em função de uma manifestação na estação. “Passageiros deixaram a plataforma de embarque e ocuparam a canaleta de circulação exclusiva dos ônibus que operam o BRT Transoeste, chegando a danificar um ônibus articulado. O protesto provocou reflexos na pista lateral, comprometendo o trânsito em geral na região”.
Edição: Marcos Chagas
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