Gilberto Costa*
Correspondente da Agência Brasil / EBC
Lisboa - O governo português reinicia hoje (3) as negociações com os credores do programa de ajustamento econômico e ajuda financeira. O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, estreiam como interlocutores de Portugal na Comissão Europeia (CE), no Banco Central Europeu (BCE) e no Fundo Monetário Internacional (FMI), conjunto de instituições que formam a Troika.
A função era centralizada até julho pelo ex-ministro das Finanças Vitor Gaspar. A participação nas negociações foi exigência de Paulo Portas para permanecer no governo.
Nesta terça-feira, Portas e Albuquerque se reúnem em Bruxelas (Bélgica) com o presidente da CE, Durão Barroso e com o comissário europeu dos Assuntos Econômicos, Olli Rehn. Amanhã (4), as reuniões ocorrerão com dirigentes na sede do BCE em Frankfurt (Alemanha); e na quinta-feira, na sede do FMI, em Washington (EUA).
A necessidade de mais encontros com dirigentes das instituições credoras era uma crítica recorrente da oposição (Partido Socialista) antes da reforma ministerial de julho passado. A viagem antecede a visita dos técnicos da Troika a Portugal, em 16 de setembro, para fazer a oitava e nona missões regulares de acompanhamento do programa de ajustamento. A missão dos credores é analisar as contas públicas, o que condiciona a liberação de parcela de 5,5 bilhões de euros (mais de R$ 17 bilhões) do empréstimo contraído em 2011 na sequência da crise financeira internacional.
Hoje a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) previu recessão de 2,7% (taxa negativa de crescimento do Produto Interno Bruto – PIB) para Portugal em 2013, abaixo das previsões de crescimento para 15 dos 17 países onde circula o euro (0,4%); dos Estados Unidos (1,7%) e do Japão (1,6%).
Segundo o Eurostat, gabinete de estatísticas da CE, na comparação de julho de 2013 com o mesmo mês de 2012 verifica-se aumento nos preços dos produtos industriais (exceto energia) de 0,6% na União Europeia e de 0,4% na zona do euro. Em Portugal, a elevação chegou a 1,3% no período.
*Com informações da Rádio e Televisão de Portugal (RTP) e Agência Lusa
Edição: Talita Cavalcante