Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Pela primeira vez desde que tomou posse há 15 meses, o presidente da França, François Hollande, deve visitar oficialmente o Brasil. A viagem, acertada entre o presidente francês e Dilma em maio, ocorrerá até dezembro, em data que ainda está sendo definida. A amigos e assessores, Hollande costuma dizer que há afinidades entre o Brasil e a França. Em junho, após ter tomado posse em maio, o presidente francês veio ao país para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, mas não em viagem oficial.
Nos últimos meses, em reuniões com assessores, Hollande reiterou sua decisão de ampliar as relações com o Brasil e os demais integrantes do Brics (grupo formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul), como também com o Japão.
Paralelamente, a França tem assumido a liderança em várias discussões internacionais, como o debate sobre o agravamento da crise na Síria. Ontem (27), Hollande disse que seu país está pronto para intervir militarmente na Síria e colaborar na punição aos responsáveis pelo uso de armas químicas nos confrontos.
A posição de Hollande é diferente da assumida até o momento pelo Brasil. As autoridades brasileiras recomendam cautela e investigações profundas para averiguar se houve o uso de armas químicas na Síria e, em caso afirmativo, que se busque os responsáveis.
Para Hollande, é responsabilidade da comunidade internacional também a proteção aos civis, como estabelece a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2005. A oposição acusa o governo do presidente sírio, Bashar Al Assad, de usar gás tóxico. Assad nega. Em dois dias, nos arredores de Damasco, capital síria, 750 pessoas morreram em decorrência do uso de armas químicas, inclusive crianças e adolescentes.
A crise na Síria foi deflagrada em março de 2011, matando mais de 100 mil pessoas. Os confrontos foram provocados por divergências políticas entre o governo e a oposição. Pressionado a deixar o cargo, Assad se nega e reage aos ataques oposicionistas. A comunidade internacional analisa a hipótese de intervenção militar. A proposta conta com o apoio da França, do Reino Unido e dos Estados Unidos e uma forte oposição da China.
Edição: Graça Adjuto
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