Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo- O número de postos de trabalho criados pelos setores da indústria, do comércio e da construção civil cresceu em julho, na comparação com o mês anterior, fazendo com que o mercado de trabalho iniciasse o segundo semestre em alta. Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada hoje (28) pela Fundação Estadual de Análise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Esse resultado só não se refletiu em queda na taxa do desemprego porque o número de pessoas que saíram no mercado em busca de emprego foi semelhante ao de vagas abertas, 107 mil. Em consequência, a taxa de desemprego ficou estável em 10,9%, no mês passado. A pesquisa foi feita no Distrito Federal e nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, do Recife, de Salvador e de São Paulo.
A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo foi a menor para um mês de julho desde 1989, quando havia alcançado 9,5%. No último mês de julho, a taxa atingiu 11% ante 11,3%, em junho. Nos 39 municípios dessa região, o saldo de empregos foi positivo em 70 mil novos postos de trabalho. Desses postos, 41 mil foram criados na indústria, 42 mil no comércio, 15 mil na construção, enquanto nos serviços houve a supressão de 28 mil empregos.
O nível de ocupação no conjunto das regiões pesquisadas aumentou 0,5%, com um saldo de 107 mil novos postos de trabalho. Desse total, 54 mil referem-se a empregos oferecidos pela indústria, setor que elevou em 1,9% as chances de contratação em comparação a junho último. Apesar da reação, o desempenho ainda está 0,8% abaixo do mesmo mês do ano passado.
No comércio, surgiram 46 mil novas oportunidades, 1,2% acima do registrado em junho e 188 mil a mais do que em julho de 2012, o equivalente a uma expansão de 5,2%. Já na construção, foram criados 11 mil novos postos, com alta de 0,7% sobre junho. No entanto, na comparação com igual mês do ano passado, esse foi um setor que reduziu a contratação de trabalhadores em 0,1%, o que corresponde a um corte de 2 mil vagas.
A exceção, no período, foi o segmento de serviços, que eliminou 7 mil vagas, encolhendo as contratações em 0,1% em relação a junho e 1% sobre julho de 2012, conforme indica a PED.
Na avaliação da economista do Dieese, Ana Maria Belavenuto, a estabilidade da taxa de desemprego em julho “foi um bom resultado”, embora admita que a reação do mercado ainda esteja um pouco modesta. Ela observou que a maioria dos setores está contratando mais e, ao mesmo tempo, o comportamento dos trabalhadores mostra que eles estão confiantes no crescimento das atividades porque estão a procura de emprego.
Para o coordenador da PED, Alexandre Loloian, da Fundação Seade, o começo do semestre sinaliza para um bom desempenho no restante do ano. “Diferentemente de algumas análises, que mostram desconfiança dos empresários, o que vemos é um dinamismo, principalmente nos segmentos da indústria e do comércio”, apontou.
Os números da PED diferem dos dados apurados por meio da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por levarem em consideração metodologias distintas. No último resultado da PME, a taxa de desemprego caiu de 6% em junho para 5,4% em julho.
Edição: Davi Oliveira
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