Leandra Felipe
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Bogotá - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, reuniu-se na tarde de hoje (26) com líderes do movimento camponês do Protesto Nacional Agrário, que há oito dias mantém bloqueios de 28 rodovias no país e provoca desabastecimento. Foi decidido que será aberta amanhã (27) uma mesa de negociações entre o governo e os manifestantes.
O presidente reconheceu que seu governo não “cumpriu alguns acordos” e disse querer negociar. “Quero ser muito sincero, neste sentido. Eu soube de uma série de compromissos que havíamos feito e que não foram cumpridos”, admitiu Santos em entrevista coletiva após a reunião.
Santos também se desculpou por ter dito em sua conta no Twitter que o protesto não era nacional. A afirmação causou indignação entre os manifestantes e terminou com maior apoio da população, inclusive de centros urbanos, que hoje à noite fizeram um panelaço em diferentes regiões do país.
Na tarde desta terça-feira, representantes do governo e dos manifestantes discutirão os pontos de reivindicação e uma solução para a greve do setor agrícola. “Esta mesa vai tratar de atender diferentes temas que têm a ver com o custo de insumos, importações, créditos e custo de transporte”, explicou.
O dirigente dos produtores de batata em Boyacá, César Pachón, um dos departamentos mais afetados, disse, entretanto, que os camponeses ainda permanecerão nas rodovias e somente abandonarão os bloqueios quando as negociações forem conduzidas favoravelmente.
O governo enviará representantes e haverá diálogos em três departamentos, Boyacá, Tolima e Nariño. Santos também prometeu que os casos de abuso de violência cometidos por policiais na repressão ao movimento serão investigados.
Edição: Fábio Massalli
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