Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Depois de atingir o melhor nível da história em junho, a composição da Dívida Pública Federal (DPF) apresentou leve piora no mês passado. O vencimento de R$ 77,6 bilhões em papéis prefixados – com taxa de juros definida no momento da emissão – fez a participação de tais papéis na dívida interna cair de 41,87% em junho para 38,95% no mês passado.
A fatia dos títulos vinculados a taxas flutuantes, como a Selic (taxa de juros básicos da economia), ficou praticamente estável, oscilando de 20,34% para 20,26%. A participação dos títulos corrigidos pela inflação, no entanto, registrou a maior alta, passando de 35,7% para 36,87%.
Por causa das vendas de dólares no mercado futuro pelo Banco Central, a parcela da dívida interna vinculada ao câmbio subiu de 2,76% em junho para 3,92% em julho. Os números levam em conta as operações de swap pelo Banco Central, que equivalem a operações de compra ou venda de dólares no mercado futuro e têm impacto na dívida pública.
Com taxas definidas antecipadamente, os títulos prefixados são preferíveis para o Tesouro Nacional porque dão maior previsibilidade à administração da dívida pública. Em contrapartida, os papéis vinculados à Selic representam mais risco porque pressionam a dívida para cima, caso o Banco Central tenha de reajustar os juros básicos por causa da inflação.
De acordo com o Tesouro Nacional, vencimentos expressivos de títulos prefixados são típicos do primeiro mês de cada trimestre (janeiro, julho, julho e outubro). Nesses meses, a composição da dívida pública costuma piorar. No entanto, diz o Tesouro, a tendência é que a participação de prefixados volte a subir e que a fatia da dívida interna corrigida pela Selic caia nos próximos meses.
Pelo quinto mês seguido, o prazo médio da DPF voltou a bater recorde, subindo de 4,26 anos, em junho, para 4,38 anos, em julho. O Tesouro Nacional não divulga o resultado em meses, apenas em anos. A participação dos vencimentos nos próximos 12 meses caiu de 22,50% para 22,40%. Prazos mais longos são favoráveis ao Tesouro porque dão ao governo mais tempo para planejar e executar as operações de rolagem (renegociação) da dívida pública.
Por meio da dívida pública, o governo pega emprestado dos investidores recursos para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver os recursos com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic, da inflação ou do câmbio.
Edição: Nádia Franco
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