Leandra Felipe
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Bogotá - Após recesso, os negociadores do governo colombiano e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) retomaram hoje (19 em Havana (capital cubana) as negociações pelo fim do conflito armado. A mesa de diálogo começou a se reunir em novembro do ano passado e este é o décimo segundo ciclo de negociações.
O tema em discussão é o segundo ponto da agenda preestabelecida, que trata da participação política de ex-membros da Farc e da garantia de oposição no país. Os negociadores do governo, chefiados por Humberto de la Calle, partiram de Bogotá para Havana. Fora da mesa, as Farc propuseram uma reforma política e uma Assembleia Constituinte. O governo, no entanto, afirma que esse tema não está em discussão.
A guerrilha também defende um processo de descentralização regional e a criação de um fundo de compensação para o desenvolvimento do país. O modelo colombiano é centralizado no governo nacional, que tem o controle majoritário de recursos e decisões. Outras propostas das Farc dizem respeito à democratização da informação e à criação de um Conselho Nacional de Políticas de Informação e Comunicação.
Enquanto a mesa se reúne, internamente o governo do país articula apoio ao processo. O presidente Juan Manuel Santos reuniu, na semana passada, todos os 32 governadores dos departamentos colombianos em uma Cúpula da Paz. Lá, ele deu informações sobre o andamento do processo e pediu respaldo aos governantes.
Na reunião, Sérgio Jaramillo, alto comissário para a Paz no país e um dos negociadores, explicou aos governadores que o processo em Havana não diz respeito ao “que fazer com as Farc”, mas a encerrar o conflito armado de meio século. “Temos que imaginar uma verdadeira campanha de mobilização cidadã. Assim como fizemos campanha para a guerra, temos que agora fazer uma campanha pela paz”, defendeu Jaramillo.
O negociador-chefe, Humberto de la Calle, disse que se o conflito termina, a situação política no país será mais polarizada. “Com a paz, as armas desaparecerão, mas a política será mais aguda, mais controversa e mais ideológica. Temos que nos preparar para isso”, opinou
Enquanto as negociações continuam, a pressão militar também é mantida. Nesse sábado (16), a imprensa local divulgou a morte de dois chefes guerrilheiros conhecidos como “Jaimito” e “El Burrito”, que teriam sido mortos em uma operação militar no Sudoeste do país, em operação do Exército.
Os rebeldes faziam parte do bloco ocidental das Farc e morreram em um bombardeio em uma área montanhosa do povoado de Toribío, departamento de Cauca.
Com informações da Tv Multiestatal Telesur
Edição: Graça Adjuto
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