Kelly Oliveira*
Repórter da Agência Brasileira
Brasília – O Banco Central (BC) fez mais um leilão de swap cambial, equivalente à venda de dólares no mercado futuro. O BC tem feito esses leilões para suavizar a alta da moeda americana.
No leilão de hoje (19), foram ofertados 40 mil contratos, com duas datas de vencimento. Para 1º de novembro deste ano, foram negociados 26,3 mil contratos, no total de US$ 1,311 bilhão. Para 1º de abril de 2014, foram 13,7 mil contratos negociados, no valor total de US$ 676,4 milhões.
Além da operação de hoje, o BC deu continuidade ao processo de rolagem (renovação) de contratos que venceriam em setembro. O banco iniciou esse processo na última sexta-feira (16). Na operação de hoje, foram ofertados e negociados 20 mil contratos, no total de US$ 986,1 milhões.
Apesar das intervenções do BC, na última sexta-feira (16), a moeda norte-americana encostou em R$ 2,40 e voltou a fechar no maior nível em mais de quatro anos. O dólar comercial encerrou a sexta-feira vendido a R$ 2,3960, com alta de 2,46%. A cotação é a maior desde 3 de março de 2009, quando a moeda tinha sido vendida a R$ 2,441. Na sexta-feira passada, o BC também fez leilões de swap cambial.
A expectativa de instituições do mercado financeiro é que o dólar feche este ano cotado a R$ 2,30. Para o fim de 2014, a previsão é R$ 2,35.
Desde o fim de maio, o mercado financeiro global enfrenta turbulências devido à perspectiva de que o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, reduza os estímulos monetários para a maior economia do planeta. O Fed poderá aumentar os juros e diminuir as injeções de dólares na economia global caso o emprego e a produção nos Estados Unidos mantenham o ritmo de crescimento e afastem os sinais da crise econômica iniciada há cinco anos.
A instabilidade piorou depois de Ben Bernanke, presidente do Fed, ter declarado, em 19 de junho, que a instituição pode diminuir a compra de ativos até o fim do ano caso a economia americana continue a se recuperar. Se a ajuda diminuir, o volume de dólares em circulação cai, aumentando o preço da moeda em todo o mundo.
Nos últimos meses, o governo brasileiro tem adotado medidas para conter a valorização do dólar. Além de vender dólares no mercado futuro, o BC retirou parte do compulsório sobre as apostas de que o dólar vai cair e eliminou restrições de prazos para que os exportadores financiem antecipações de pagamentos.
A equipe econômica também retirou barreiras à entrada de capitais estrangeiros no país. O Ministério da Fazenda zerou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para os estrangeiros que aplicam em renda fixa no Brasil. Desde outubro de 2010, a alíquota em vigor era 6%. A venda de moeda estrangeira no mercado futuro também ficou isenta de IOF.
*Colaborou Wellton Máximo.
Edição: Graça Adjuto
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