Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Criada há três anos para prestar atendimento e buscar gerir a participação da Caixa Econômica Federal nos mercados naval e de petróleo e gás, incluindo as cadeias produtivas, a Superintendência de Petróleo, Gás e Indústria Naval da instituição fechou o primeiro semestre deste ano com um total de R$ 5,8 bilhões em crédito concedido às empresas desses setores.
A informação foi divulgada hoje (13) à Agência Brasil pelo superintendente executivo da Caixa, Antonio Gil Silveira. Silveira destacou que R$ 1,2 bilhão foram financiamentos destinados à indústria naval, com recursos do Fundo de Marinha Mercante (FMM). No Programa Progredir, da Petrobras, os empréstimos voltados para a cadeia de fornecedores da estatal somaram R$ 350 milhões. Os recursos foram liberados por meio de créditos a performar, que é uma modalidade de financiamento em que a Caixa antecipa um determinado valor do contrato, a taxas competitivas, garantindo, desse modo, que as companhias possam cumprir o contrato. Para Silveira, o resultado mostra que o trabalho da superintendência “é um sucesso”.
No acumulado de 2010 até julho deste ano, o crédito concedido pela Caixa para os setores naval e de petróleo e gás atingiu R$ 23,5 bilhões. Ele estima que a superintendência deverá aprovar até o final do ano “pelo menos a metade” dos cerca de 30 projetos que se acham em análise atualmente, em valor superior a R$ 10 bilhões em financiamento. “Desses R$ 10 bilhões que estão sendo avaliados, a gente acredita que consiga contratar dentro deste ano perto da metade disso, ou um pouco mais. Isso significa, talvez, dobrar o que foi feito no primeiro semestre. É uma meta ousada, mas vamos ver se conseguimos chegar”, disse Silveira.
Segundo explicou o superintendente, não há limite para a concessão de empréstimos a esses setores. “A Caixa entende que são setores importantes para a economia. Por isso, são nosso foco”. Além de recursos do Fundo de Marinha Mercante, a Caixa atua como repassadora também de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para os segmentos de petróleo e gás e da indústria naval.
Para serem concedidos financiamentos pela Caixa, porém, os projetos das empresas de petróleo e gás e da indústria naval têm que ter um alcance social, conforme explicou Silveira. “Na análise de toda operação de crédito, nós olhamos a sustentabilidade do projeto, os riscos de crédito e outros riscos inerentes, mas com certeza nós entendemos que, ao financiar o setor, nós estamos também apoiando uma política de Estado que visa ao desenvolvimento do setor de petróleo e gás e naval”.
O superintendente esclareceu que quando se fala em financiar a cadeia de fornecedores, isso está atrelado ao compromisso de conteúdo local firmado pela operadora para explorar determinado campo de petróleo. Ao financiar as empresas da cadeia produtiva, a Caixa ajuda a indústria nacional a atender ao percentual de conteúdo local que foi assumido pelas empresas com a operadora.
O superintendente executivo da Caixa participou do primeiro dia de trabalhos da décima edição da Feira e Conferência da Indústria Naval e Offshore (Navalshore), no Rio.
Edição: Fábio Massalli
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