Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A nove meses do prazo previsto para encerramento de suas atividades, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) anunciou hoje (13) que contratará pesquisadores para ajudar na análise do acervo acumulado até agora. Segundo a coordenadora da CNV, Rosa Cardoso, há muito trabalho a ser feito e os membros atuais da comissão não conseguirão terminar a análise no prazo de funcionamento do colegiado, que termina em maio do ano que vem, com possibilidade de prorrogação por seis meses.
Na fase em que está, a comissão precisa aumentar seu quadro de pesquisadores, para que possa deslanchar, disse Rosa Cardoso. Como a comissão tem mandato de dois anos, e já cumpriu mais da metade dele, mesmo com a possibilidade de seis meses de prorrogação, precisa de mais pessoal, explicou. "Este é o momento em que a comissão tem que ampliar o número de pesquisadores, e nós já tomamos providências práticas nesse sentido, de fazer alocações, encaminhamentos do nosso orçamento para esse tipo de questão”, acrescentou.
A CNV tem sete membros e 18 assessores. Com a requisição de servidores, a contratação de estagiários e a chegada de consultores e colaboradores, o quadro atual tem mais de 70 pessoas. Sem detalhar quantas pessoas poderão ser contratadas, Rosa informou que a comissão pretende também analisar acervos de outros órgãos. Ela disse que a seleção dos pesquisadores vai começar.
“Não serão as pessoas que, no Brasil inteiro, querem [trabalhar na comissão], mas pessoas próximas aos acervos que queremos pesquisar, como o da Comissão da Anistia, onde temos 70 mil depoimentos.”
Rosa Cardoso falou sobre o assunto na última parte da segunda sessão pública da CNV em conjunto com a Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, para ouvir militares vítimas da ditadura.
Marcada para ouvir o presidente da Unidade de Mobilização Nacional Pela Anistia, Dilson da Silva, o presidente em exercício da Associação Democrática e Nacionalista dos Militares (Adnam) , comandante Ribamar Torreão, e o coronel Lourival Moreira, que participou do movimento legalista de 1964, a sessão foi suspensa por causa do falecimento do brigadeiro Rui Moreira Lima, herói da 2ª Guerra Mundial e criador da Adnam. Os depoimentos serão remarcados pela CNV.
Edição: Nádia Franco
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