Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Os sete jurados que participam do julgamento do Massacre do Carandiru, que ocorre no Fórum Criminal da Barra Funda, devem se reunir na sala secreta durante a madrugada de hoje (2) para decidir sobre a condenação dos 25 policiais militares acusados das mortes de 52 presos há mais de 20 anos. Eles poderão ter de responder a 7,3 mil questões.
Após a apresentação da advogada de defesa, Ieda Ribeiro de Souza, que encerrou às 18h, o juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo determinou intervalo de 30 minutos, antes do início da réplica e tréplica, que podem durar até duas horas cada.
Depois disso, os jurados reúnem-se na sala secreta para responder aos quesitos, que somam quatro. A primeira pergunta é sobre a materialidade, ou seja, questiona se houve crime. Caso o jurado responda que não, fica livre de responder os três itens restantes, por exemplo. Os outros três itens são: autoria, absolvição e qualificadora (ações que podem ter agravado o crime).
O grande número de perguntas se dá porque os jurados deverão responder à série de quesitos para cada um dos mortos citados inicialmente no julgamento, que eram 73. O número, multiplicado pelo número de acusados, 25, e pela quantidade de perguntas, quatro, chega a 7,3 mil questionamentos.
O julgamento trata da ação policial destinada a reprimir rebelião em 1992 na penitenciária do Carandiru, que resultou na morte de 111 detentos e deixou 87 feridos. O caso ficou conhecido como o maior massacre de presídios brasileiros.
Edição: Carolina Pimentel
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