Vinícius Lisboa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O governador do estado do Rio, Sérgio Cabral, e o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes, estiveram na manhã de hoje no local do rompimento de uma adutora da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae), que matou uma criança no início da manhã. Eles enfrentaram clima de indignação e críticas dos moradores do bairro de Campo Grande, na zona oeste da cidade.
"Viemos prestar solidariedade a essas famílias tomadas pelo pânico, que tiveram um momento de terror em suas vidas com o rompimento da adutora da Cedae", disse o governador que afirmou que as famílias afetadas dormirão em hotéis da região a partir de hoje (30).
Enquanto dava entrevista, Cabral ouvia gritos dos moradores que pediam saneamento básico para o bairro que, segundo eles, sofre frequentemente com enchentes. "Aqui as enchentes são constantes. Eles botaram asfalto, mas não tem saneamento, tanto que essa água não escoa. Falta calçamento, iluminação...", criticou a recepcionista Osana da Silva, de 36 anos.
Na saída da escola onde deram entrevista, o governador e o prefeito ouviram gritos de indignação: "Isso é uma vergonha! Todo ano temos enchente aqui", gritava um morador. Em outro ponto, uma mulher segurava uma faixa de papelão que pedia "Fora Cabral. Fora Eduardo Paes".
Cerca de 70 pessoas estão desabrigadas e mais 70 foram desalojadas (abrigadas em casa de parentes ou amigos) depois que o jato de água inundou ruas de Campo Grande, na zona oeste, destruindo 17 casas e causando danos a 16. A menina Isabela Severo da Silva, de 3 anos, foi socorrida e morreu no Hospital Estadual Rocha Faria. Mais nove pessoas foram levadas feridas para o hospital e sete foram atendidas no local do acidente.
De acordo com o governador, peritos externos vão investigar a causa do acidente e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social vai auxiliar no cadastramento das famílias desalojadas.
No local do ocorrido, classificado como um “acidente pontual” pela Cedae, paredes até mesmo no terceiro andar de uma casa foram derrubadas. Móveis, destroços, carros e árvores arrancadas se misturam em um cenário de destruição, enquanto agentes da Defesa Civil quebram estruturas em risco de desabar.
A adutora que se rompeu levou uma hora e meia para ser fechada e o reparo só deve ser concluído no fim da noite, quando o fornecimento de água para a região será normalizado. Parte dos bairros de Santíssimo e Bangu também estão sem água.
Edição: Denise Griesinger
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