Motociclistas encerram encontro em Brasília

28/07/2013 - 16h59

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
 

Brasília – Durante cinco dias, a paixão por motocicletas reuniu na capital federal pessoas de todas as idades, profissões e regiões brasileiras e também de outros países. O Brasília Moto Capital, que termina hoje (28), é o terceiro maior evento de motociclistas do mundo.

O público superou as expectativas da organização e chegou a 400 mil pessoas ao longo dos cinco dias. A maior parte dos participantes do encontro é ligada a um dos 1.200 motoclubes que fizeram reserva de espaço e ocuparam as tendas de 6 metros quadrados (m²) na Granja do Torto. Os clubes vieram de todas as regiões do Brasil e também de outros países como os Estados Unidos, a Argentina, o Uruguai, o Canadá, a França e Portugal.

Alguns desses motoclubes reúnem grupos de pessoas ligadas pela profissãos ou por outras paixões, como os motoclubes específicos de juízes, ou de pastores, ou de bombeiros.

Além dos visitantes, muitos motoclubes locais participaram do encontro, como os Kafas MCC, que juntou 180 pessoas de Brasília. “Aqui nós temos juízes, advogados, profissionais liberais. É um momento em que ninguém precisa usar terno e gravata. A gente foge da rotina para ter uma segunda-feira melhor”, disse o técnico em segurança do trabalho, e autodenominado cafajeste, Alexandre Cláudio Umbelino, um dos integrantes do Kafas MCC.

Muitas famílias também levaram as crianças para assistir às apresentações no globo da morte e manobras em estilo livre feitas pelos motociclistas. Foi o caso do bancário Matheus Rodrigues de Oliveira, que comprou uma moto há um ano e meio e levou o filho Thiago, de 6 anos, para o Moto Capital. “Eu sempre gostei de moto, mas nunca tinha tido uma. Agora que comprei a minha, ele [Thiago] acaba se envolvendo também”, contou Matheus.

A manutenção de um ambiente saudável, que permitisse a presença de crianças, foi uma das preocupações da organização do evento. Segundo Marco Antônio Portinho, um dos organizadores, qualquer alusão a sexo e drogas é rechaçada no evento. “Um dos grandes sucessos do Moto Capital é que nós somos um evento familiar, e a gente não abre mão disso. Nós afastamos qualquer coisa que vire vulgar. Eu ando de moto há 43 anos, fui a Woodstock e nunca botei um cigarro de maconha na boca”, disse Portinho.

Negócios também são fechados no Moto Capital. Cerca de 114 expositores montaram estandes para o comércio de diversos itens como capacetes, camisetas, produtos de couro e acessórios para motos, entre outras coisas. O comércio desses artigos movimentou em torno de R$ 5 milhões, sem contar a venda de motos, mas o balanço final ainda não foi feito pela organização. “No ano passado, uma grande revendedora que expõe aqui vendeu oito motos em três dias, quatro delas no cartão de crédito. O dono da loja me disse que não consegue esse resultado em um mês na concessionária”, informou Portinho.

O evento, que não teve financiamento público, mas contou com seis grandes patrocinadores, também teve shows de 23 bandas de rock. Ontem (27) à tarde, o tradicional passeio pela cidade reuniu 17 mil motociclistas. O comboio passou por vários pontos turísticos de Brasília, inclusive a Esplanada dos Ministérios, a Praça dos Três Poderes e a Ponte JK, o que atraiu a atenção dos turistas que estavam nesses locais. Esse foi o décimo ano do Brasília Moto Capital.

Edição: Nádia Franco

Todo conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir a matéria, é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil