Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Apesar da alta do dólar, os gastos de brasileiros no exterior bateram recorde em junho deste ano. De acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (23), essas despesas de viagens internacionais chegaram a US$ 1,928 bilhão, o maior resultado para meses de junho, na série histórica iniciada em 1969. No ano passado, em junho, os gastos no exterior ficaram em US$ 1,683 bilhão.
De janeiro a junho, essas despesas chegaram a US$ 12,328 bilhões, contra US$ 10,702 bilhões no primeiro semestre de 2012. O resultado semestral também é recorde, de acordo com o BC.
Segundo o chefe do Departamento Econômico da instituição, Tulio Maciel, o efeito da alta do dólar nos gastos internacionais não é imediato porque as viagens são planejadas com antecedência. “Existe um prazo de planejamento e isso leva a certa defasagem nas despesas em relação às variações de câmbio”.
De acordo com Maciel, mesmo com a alta do dólar observada a partir da segunda quinzena de maio, os dados parciais deste mês ainda não “mostram moderação nas despesas”. Em julho até o dia 19, os gastos ficaram em US$ 1,471 bilhão.
O diretor acrescentou que o emprego e a renda continuam a estimular as viagens ao exterior. “É um fator de impulso”.
Já as receitas de estrangeiros no país ficaram em US$ 453 milhões, em junho, contra US$ 462 milhões em 2012. No primeiro semestre, essas receitas chegaram a US$ 3,479 bilhões contra US$ 3,471 bilhões no seis primeiros meses do ano passado. Os dados parciais deste mês mostram que essas receitas estão em US$ 343 milhões.
Segundo Maciel, não foi observada “nenhuma alteração” nos dados de receitas de estrangeiros no país à Copa das Confederações. “Não teve impacto visível”, disse.
Com esses resultados, o déficit na conta de viagens internacionais (despesas de brasileiros no exterior menos receitas de estrangeiros no Brasil) ficou em US$ 1,475 bilhão em junho e em US$ 8,849 bilhões no primeiro semestre.
* Matéria ampliada às 12h07 // Edição: Denise Griesinger
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