Laranjeiras amanhece com marcas do protesto

12/07/2013 - 13h20

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O bairro de Laranjeiras, zona sul do Rio, amanheceu com marcas de depredações deixadas pelo protesto ocorrido na noite de ontem (11) em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do estado. Canteiros, duas bancas de jornais e lixeiras foram destruídas nas ruas próximas. Duas viaturas da Polícia Militar (PM) reforçam o policiamento no local na manhã de hoje (12). A Polícia Civil informou que 23 pessoas foram detidas. Dessas, 22 já foram liberadas e um adolescente continua apreendido na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

O diretor executivo da Anistia Internacional, Átila Roque, que acompanhava o protesto, foi atingido por spray de gás de pimenta lançado pelos policiais, mas afirmou que os manifestantes sofreram mais. “O que aconteceu comigo não foi realmente nada comparado com o que vi acontecer com jovens, mulheres e idosos que foram atacados brutalmente com gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha simplesmente por estarem reunidos na rua, sem oferecer qualquer tipo de ameaça ou cometer qualquer tipo de vandalismo”, relatou.

Para ele, a ação da polícia não se justificou, mesmo com os atos de vandalismo. "Isso é lamentável, mas não justifica a resposta desproporcional e generalizada da polícia. O vandalismo de alguns não pode ter como resposta o vandalismo policial”, ressaltou.

Na Rua Pinheiro Machado, a vidraça de uma clínica de saúde foi destruída quando manifestantes tentaram se refugiar no local. Além disso, a cerca de um canteiro de plantas, localizado em frente ao palácio, foi arrancada. Homens da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb) consertavam a cerca pela manhã.

A Casa de Saúde Pinheiro Machado informou que cerca de 20 pessoas forçaram a entrada na clínica, quebrando a porta de vidro da emergência. Entre elas, dez estavam feridas e foram atendidas por funcionários. Um jovem ficou internado com traumatismo craniano e seu quadro é estável, enquanto os demais foram liberados após tratarem os ferimentos.

Já na Rua Paissandu, em frente à sede do governo estadual, lixeiras foram arrancadas, duas bancas de jornais e uma clínica de spa depredadas. A primeira banca teve o painel de fundo rasgado, enquanto a outra tinha marcas de entrada forçada.

Na Praça São Salvador, o único resquício da manifestação foi uma placa deixada pelas pessoas pedindo a saída do governador do Rio, Sérgio Cabral. Uma testemunha informou que equipes da Comlurb limparam a praça na madrugada desta sexta-feira.

A assessoria da Comlurb disse que equipes estiveram em Laranjeiras, desde a madrugada de hoje, removendo pichações. A assessoria ainda informou que nada de relevante precisou ser removido, como em outras manifestações quando houve queima de automóveis e destruição de radares e sinais de trânsito.

Edição: Marcos Chagas

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