Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Os licenciamentos de veículos, em junho, incluindo todos os segmentos, recuaram 0,65% sobre maio e 6,39% sobre igual mês do ano passado. Esse declínio está associado a dois segmentos: o de motocicletas, com queda de vendas em 3,99% sobre maio, e o de ônibus, cuja comercialização caiu em 9,22%, segundo levantamento da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Segundo o vice-presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, a queda de mais de 9% nas vendas de ônibus é devido a um efeito “sazonal”. “Este é um segmento que envolve questões sazonais e, como depende das demandas de investimentos no transporte público, pode oscilar em determinados períodos”, disse.
Em relação a junho do ano passado, as vendas de ônibus cresceram 44,85% e, no acumulado do ano, subiram 13,35% com 16,7 mil unidades vendidas. Os licenciamentos de motocicletas apresentam queda de 11,83% no primeiro semestre ante igual período de 2012.
O presidente da Fenabrave, Flávio Meneghetti, diz que o desempenho no segmento de motocicletas justifica-se por critérios mais rigoroso no acesso ao crédito. “O que nos preocupa é como vai se desenvolver o cenário econômico diante da possibilidade de juros mais elevados, de uma inflação em alta e de uma forte oscilação cambial”, apontou.
Meneghetti demonstra cautela sobre projeções para o setor. Ele disse que vai observar primeiro a evolução do ambiente econômico, tanto interno quanto externos, para apresentar novos cálculos. No começo de 2013, a entidade projetou crescimento de 3,5% nas vendas no ano.
O segmento de caminhões é o que apresenta melhores resultados e perspectivas. Na projeção do vice-presidente da Fenabrave, a procura por caminhões, principalmente com porte de 30 toneladas ou mais, tende a crescer no segundo semestre, impulsionada pelos setores agrícolas, em especial para o transporte da soja, e pela construção civil, com as entregas de materiais para obras.
De janeiro a junho, os licenciamentos de caminhões em geral foram 6,93% maiores do que no primeiro semestre de 2012 com 74,3 mil unidades. “Temos chance de atingir os 150 mil”, disse Assumpção, atribuindo o aquecimento às linhas especiais de crédito, principalmente do Programa de Financiamento de Máquinas e Equipamentos (Finame).
Os automóveis e comerciais leves fecharam o primeiro semestre em alta de 4,62% sobre 2012 e queda de 11,08% na comparação de junho deste ano com igual mês do ano passado. Isoladamente, os licenciamentos dos automóveis foram 15,27% menores enquanto os comerciais leves cresceram 6,31%. O presidente da Fenabrave diz que este mês tem uma situação excepcional porque em junho do ano passado o setor começava a ter o impacto positivo do estímulo fiscal da redução do Imposto Sobre Produto Industrializado (IPI).
Edição: Fábio Massalli
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