Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O Conselho Universitário da Universidade de São Paulo (USP) aprovou hoje (2) a meta, para ser atingida até 2018: a de que 50% das vagas de seus cursos, em cada turno, sejam preenchidas por alunos que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas.
Dos 50% oriundos de escolas estaduais, o percentual de pretos, pardos e indígenas deverá atingir o índice verificado pelo último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As medidas valem para o próximo vestibular. Até agora, o grupo não tinha bônus para o ingresso na universidade.
“A aprovação do projeto de inclusão da Universidade de São Paulo é um marco no sentido de que a universidade aceita metas de 50% de inclusão para algumas categorias até 2018. E os meios que são colocados para se chegar a estas metas serão anualmente calibrados”, disse o reitor da USP, João Grandino Rodas. “De maneira nenhuma a universidade ficará pior ou menos boa do que ela é, pelo fato de entrarem essas pessoas”, completou o reitor.
Para atingir a meta, o Conselho Universitário aprovou o Plano Institucional da Universidade, que traz novas ações de inclusão social na USP. O plano será implantado no vestibular deste ano. Ele inclui quatro medidas: o aumento e a criação de bônus do Programa de Inclusão Social da USP (Inclusp), a criação do Programa de Preparação para o Vestibular da USP, o aperfeiçoamento do Programa Embaixadores USP e a ampliação dos locais de prova do vestibular.
Assim, o aluno preto, pardo e indígena que tiver cursado integralmente o ensino fundamental na rede pública e o segundo e terceiro anos do ensino médio em escolas públicas pode chegar a ter até 25% de sua nota do vestibular aumentada pelos bônus recebidos, a depender do seu desempenho na prova.
“O aproveitamento dessas pessoas é importante porque o diferencial que se procura fazer no estado de São Paulo e na USP em particular, é que essas pessoas também façam a sua parte. Ou seja, que seja uma inclusão com mérito. Pode ser um mérito menor que dos outros”, disse Rodas. “Nós não podemos prescindir absolutamente do mérito, porque senão nós estaremos realmente entregando a essas pessoas que entram nada mais do que aquela porta giratória, entra pela porta e sai por ela porque não têm condição de acompanhar”, completou.
Alterada às 21h40 para acréscimo de informação
Edição: Aécio Amado
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