Da Agência Brasil
Brasília – Falta de capacitação e financiamento ainda é uma barreira que impede que a mulher tenha independência econômica no campo, disse a representante do Movimento de Mulheres Camponesas, Rosângela Piovizani, ao participar da abertura da Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais, que ocorre em Brasília (DF). O evento, promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), conta com participação de mais de 100 mulheres de 30 movimentos sociais femininos.
“É uma luta cotidiana ter de vencer a papelada que esse Estado brasileiro exige da gente para conseguir alguma coisa. Temos que fazer um esforço para que o Estado olhe para as mulheres como capazes de resolver questões importantes e barrar essa burocracia”, disse Rosângela.
Outro desafio apontado por Rosângela é elevar o nível da organização das mulheres. “Ainda existem muitas mulheres que não participam de movimento algum, que não estão organizadas para reivindicar seus diretos. Atingimos um público muito pequeno ainda”.
Segundo ela, uma das grandes conquistas da trabalhadora do campo é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Por esse programa, a mulher que trabalha na agricultura pode fazer um financiamento para pagar em até dez anos. Para a diretora de Política para Mulheres Rurais do MDA, Karla Hora, infelizmente muitas mulheres ainda não conseguem obter esse tipo de crédito.
“Precisamos qualificar os procedimentos e os instrumentos que operacionalizam as políticas públicas para que, de fato, consigamos chegar às mulheres rurais”, disse.
O evento é uma etapa preparatória para a 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Sustentável e Solidário prevista para outubro.
Edição: José Romildo
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