Gilberto Costa
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Lisboa – A Universidade de Coimbra é a primeira instituição de ensino superior de Portugal a se submeter ao QS World University Ratings, uma das principais auditorias internacionais independentes de universidades. De acordo com a categorização, a universidade tem "cinco estrelas" nas áreas de investigação, inovação, internacionalização, instalações e acessibilidade.
O rating é elaborado pela empresa britânica Quacquarelli Symonds (QS), que além de auditorias internas produz classificações regionais e globais (rankings) para universidades em várias partes do mundo. As classificações são utilizadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação, para a escolha das universidades internacionais participantes do Programa Ciência sem Fronteiras.
Segundo o ranking internacional de 2012, a Universidade de Coimbra ocupa o 385º lugar - abaixo da Universidade de São Paulo (USP), a primeira universidade brasileira na classificação mundial publicada no ano passado (139º lugar) e a primeira no ranking latino-americano publicado este ano. No ranking global, há 12 universidades brasileiras e cinco universidades portuguesas. Em setembro, será publicada uma nova edição do ranking.
Para a classificação no ranking são utilizadas informações diferentes do rating. O ranking global, por exemplo, considera, entre outros, a publicação e a repercussão de artigos científicos, o número de professores com doutorado, a proporção de professores por aluno, a avaliação da reputação da instituição de ensino e pesquisa no meio acadêmico e da reputação dos alunos egressos das universidades entre empregadores. Porque utiliza indicadores diferentes, a realização do rating não tem qualquer relação direta com o ranking.
Coimbra é o principal destino de estudantes brasileiros em Portugal. Na universidade, estão inscritos 2.139 alunos brasileiros, dos quais 1.057 são alunos de graduação, 667 fazem mestrado e 386 estão inscritos no doutorado. Os 29 restantes fazem cursos que não conferem grau de ensino. Quatro de cada dez estudantes são de programas do governo brasileiro para formação no exterior, como o Programa de Licenciaturas Internacionais (477) e o Ciência sem Fronteiras (363).
Conforme acordo entre o governo brasileiro e as universidades portuguesas, a Universidade de Coimbra é a instituição responsável por secretariar o Ciência sem Fronteiras e ajudar na distribuição dos alunos pelo país. O edital de 2013 do programa para Portugal foi suspenso e os alunos remanejados para outros países. A razão do governo brasileiro foi estimular a proficiência em língua estrangeira. A decisão foi mal recebida entre os reitores portugueses.
Além de ser auditada por rating internacional independente, a Universidade de Coimbra foi recentemente considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) Patrimônio Mundial da Humanidade. De acordo com a Unesco, a universidade, fundada em 1290, tem grande valor histórico e arquitetônico e foi considerada “símbolo máximo da cultura portuguesa”.
A classificação foi decidida pelo Comitê de Patrimônio da Unesco, formado por 31 países, dos quais nenhum de língua portuguesa. “Isso não foi um negócio da lusofonia”, disse à Agência Brasil o reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva. Ele acredita que o “selo adicional” de patrimônio da humanidade será “um fator de diferenciação” e vai ajudar a atrair mais e melhores alunos e professores. “Somos uma universidade viva que, além de ter grande carga histórica, chama a atenção pela produção científica”.
Edição: Denise Griesinger e Graça Adjuto/Matéria substituída às 12h08 do dia 12/07 para correção de informações. O texto anterior confundia o sistema de categorização da auditoria (rating) com a classificação internacional (ranking), ambos elaborados pela empresa britânica Quacquarelli Symonds. O título também foi alterado.
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