Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic), divulgada hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que, por regiões brasileiras, o Sudeste manteve, em 2011, a liderança em termos de pessoal ocupado e valor das incorporações, obras ou serviços do setor.
“É a principal região do país, a mais populosa, com maior renda. As maiores empresas se concentram no Sudeste”, disse à Agência Brasil o economista Fernando Abritta, da Coordenação de Indústria do IBGE.
Segundo ele, apesar de ser a principal região do país, o Sudeste vem perdendo participação devido ao crescimento das demais regiões. “Não quer dizer que as obras do Sudeste estão crescendo menos. Só que outras regiões, principalmente o Nordeste e o Centro-Oeste, vêm tendo um crescimento maior”.
No Sudeste, o valor das obras teve a participação no total diminuída de 65,8%, em 2007, para 62,9%, em 2011. O pessoal ocupado também reduziu a participação no período de 58,3% para 54,9%.
O Nordeste teve um movimento de ganho de participação de 17% no pessoal ocupado, em 2007, para 20%, em 2011, e de 11,7% no valor das obras e serviços da construção, para 13,7%. O IBGE atribuiu boa parte dessa expansão a obras de grande porte em curso na Região Nordeste, entre as quais a transposição do Rio São Francisco, as obras para a Copa do Mundo e a Refinaria Abreu Lima.
A indústria da construção continua dominada pelas empresas de grande porte, em especial do setor de infraestrutura, diz a pesquisa. No item receita bruta, que em 2011 somou R$ 288,8 bilhões, 1.516 empresas com mais de 250 pessoas ocupadas ampliaram a participação na receita bruta de 47,9%, em 2007, para 50%, em 2011. Elas contribuíram com cerca de R$ 145 bilhões em valores correntes para o ano de 2011. “As empresas com 250 pessoas ocupadas ou mais têm 50% da receita bruta”, disse o economista.
De acordo com a pesquisa, as 12 maiores empresas do setor de infraestrutura da indústria da construção concentram mais de um quarto das obras. Em 2007, a participação alcançou 26,0% e, em 2011, 28,9%.
As doze maiores companhias do segmento ocupavam, em média, 17.306 pessoas por empresa, em 2011, e pagavam salários de R$ 2.981, enquanto as demais ocupavam, em média, 42 pessoas por empresa, com salário médio de R$ 1.249. As obras efetuadas pelas doze grandes empresas de infraestrutura tiveram valor médio de R$ 2,9 bilhões, em 2011, contra R$ 5,2 milhões das demais empresas.
Edição: José Romildo
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