Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O advogado Fernando Tibúrcio disse hoje (20) que teme pelo tempo de espera que seu cliente, o senador boliviano Roger Pinto Molina, ainda terá de enfrentar para deixar o país e asilar-se definitivamente no Brasil. Molina, de 53 anos, está abrigado há 13 meses na representação diplomática brasileira em La Paz, onde aguarda salvo-conduto para deixar a Bolívia vir para o Brasil.
“O senador tem duas chances de deixar a embaixada em La Paz: ser provido [julgado a favor] o habeas corpus no Supremo Tribunal Federal. Se não ocorrer isso, só restará recorrer à providência divina, não há outra alternativa”, disse o advogado, que acompanhou hoje (20) a audiência pública na Comissão das Relações Exteriores do Senado, na qual o chanceler Antonio Patriota mencionou o tema.
Na audiência, Patriota disse que as autoridades brasileiras agem com muito sigilo para garantir que Molina deixe a Embaixada do Brasil na Bolívia em segurança. “Não será admitida qualquer meia solução para o senador que ponha em risco sua integridade”, ressaltou o ministro.
O advogado reclama, porém, da lentidão das providências diplomáticas e políticas por parte do governo brasileiro. Para dar mais agilidade ao processo, Tibúrcio entrou com pedido de habeas corpus na Suprema Corte. O recurso, se julgado favorável, permitirá que Pinto Molina deixe a embaixada brasileira em segurança e sem a necessidade do salvo-conduto.
Em maio do ano passado,Molina pediu asilo ao Brasil, alegando ser perseguido pelo governo boliviano. As autoridades do país negam perseguição ao senador e dizem que ele responde a uma série de ações judiciais sobre possíveis irregularidades em sua atuação política.
O parlamentar aguarda a solução de seu caso, ao mesmo tempo que sete torcedores brasileiros permanecem detidos em Oruro, no interior boliviano, por suspeita de envolvimento na morte de Kevin Espada, de 14 anos, durante jogo entre o Corinthians e o San José. O adolescente morreu ao ser atingido por um sinalizador lançado por torcedores.
Edição: Nádia Franco
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