Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Com o objetivo de ampliar sua vocação turística, Belo Horizonte terá como desafio melhorar suas instalações aeroportuárias. Apesar de ter dois aeroportos – o da Pampulha e o Tancredo Neves, mais conhecido como Confins – apenas o segundo opera com aviões de maior porte. Mesmo assim, de forma limitada, já que passa por três grandes intervenções: a ampliação e modernização do terminal de passageiros, a ampliação da pista e do pátio, e a construção do Terminal 3, que terá capacidade para agregar, à capacidade do aeroporto, mais 5,3 milhões de passageiros por ano.
De acordo com o Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), caso a obra no Terminal 3 não fique pronta, haverá problemas de demanda e capacidade. “Hoje, a capacidade de Confins é 10,2 milhões de passageiros anuais. Em 2012, 10,4 milhões de usuários passaram pelo terminal. A situação [do aeroporto, que está subordinado à Infraero], é delicada”, disse o diretor do Portal 2014, Rodrigo Prada, à Agência Brasil. O Portal 2014 é o site utilizado pelo Sinaenco para avaliar as obras da Copa das Confederações e da Copa do Mundo.
O secretário municipal extraordinário da Copa, Camillo Fraga Reis, considera a ampliação do Aeroporto de Confins como uma obra “temerária e [que causa] muita preocupação”.
“[Confins] não está pronto. De fato existe uma grande novela em relação ao Aeroporto Tancredo Neves, mas esperamos que o governo federal consiga realizar uma dispensa de licitação ou licitação de emergência, para que sejam construídas obras necessárias pensando a Copa de 2014. Para a das Confederações, apenas a pequena obra de ampliação do estacionamento [deverá estar concluída]”, informou o secretário municipal.
Consultada pela Agência Brasil, a Infraero informou que o Terminal 3 só ficará pronto em março de 2014, e que, com isso, a capacidade de Confins passará a ser de 15,5 milhões de passageiros por ano. Para dar conta da demanda causada pela Copa das Confederações, a empresa reforçará 32% seu efetivo, entre os dias 12 de junho e 3 de julho, passando de 86 para 114 o número de profissionais das áreas de operações, manutenção e orientação ao passageiro.
Números da Secretaria de Aviação Civil indicam que Confins e Pampulha receberão 20,3 mil passageiros nos três dias jogos. Segundo a Infraero, esse número está abaixo da média registrada na alta temporada de dezembro de 2012, quando movimentação nos dois terminais foi 29,4 mil passageiros por dia.
Outro problema citado pelo Sinaenco é a falta de estrutura hoteleira, mas isso poderá ser amenizado com a entrada em operação de alguns empreendimentos hoteleiros. “Hoje, Belo Horizonte não está completamente preparada para receber os turistas. O número de leitos, por exemplo, é baixo”, avalia Rodrigo Prada. “Até 2011, a cidade tinha apenas oito mil leitos [para receber turistas]. A Fifa sugere que cada sede tenha 30% da capacidade total do estádio. Com isso, seriam necessários 21 mil leitos na Copa”, disse.
O secretário municipal discorda. “Temos 11 hotéis ficando prontos para a Copa das Confederações. Esse número chegará a 43, para a Copa do Mundo em 2014. Belo Horizonte vai abrigar e atender bem a todos os turistas. Não tenho a menor dúvida disso”, garantiu.
Edição: José Romildo
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