Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo da Coreia do Sul anunciou hoje (6) que aceita a proposta da Coreia do Norte de dar início às negociações na tentativa de encerrar o impasse e o clima de tensão na região. As conversas ocorrem no momento em que há a ameaça de uma guerra nuclear, deflagrada pelos norte-coreanos. Ainda não foram definidos data e local para as primeiras reuniões.
A ideia é retomar as atividades no complexo industrial de Kaesong, única parceria entre as duas Coreias, encerradas temporariamente no mês passado. No local, cerca de 50 mil operários norte-coreanos trabalham em fábricas sul-coreanas. A parceria rende lucros para os dois países.
As Coreias vivem sob clima de conflito desde 2003, quando houve uma guerra (1950-1953), iniciando a separação entre os dois países e mantendo a chamada zona desmilitarizada. A Coreia do Norte é um Estado comunista e um dos países mais fechados do mundo. A Coreia do Sul vive sob uma democracia liberal capitalista e é uma das maiores economias do mundo.
Em comunicado, o Ministério da Unificação da Coreia do Sul, responsável pela articulação de negociações com a Coreia do Norte, confirmou a intenção de iniciar o diálogo. “[O governo da Coreia do Sul] recebe positivamente a proposta de discussões oficiais da Coreia do Norte", diz o texto. "Esperamos que a Coreia do Sul e a Coreia do Norte aproveitem essa oportunidade para construir uma relação de confiança mútua", acrescenta.
O governo da Coreia do Norte, em comunicado divulgado pela agência estatal de notícias KCNA, por meio da Comissão para a Reunificação Pacífica (cuja sigla em inglês é CPRK), que é responsável pelas relações com os sul-coreanos, propôs iniciar negociações, especificamente, sobre o complexo industrial de Kaesong e também uma reunião de famílias separadas pelo fim da Guerra da Coreia, em 1953.
O CPRK não detalhou o nível de representação para essas negociações e deixou a Seul a escolha de um local e uma data. "As questões humanitárias, como a reunião das famílias separadas, podem ser debatidas nas negociações, se necessário", diz o comunicado da CPRK.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa
Edição: Graça Adjuto