Thais Leitão e Danilo Macedo
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O Plano Safra da Agricultura Familiar 2013/2014 foi recebido com otimismo por entidades ligadas aos pequenos agricultores. Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch, a medida potencializa e articula outras ações fundamentais ao desenvolvimento do setor, ao destinar recursos não apenas ao custeio e ao investimento, mas também à assistência técnica, por meio da criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater).
A preocupação agora, segundo ele, é garantir que os recursos anunciados cheguem ao agricultor. Embora reconheça que o acesso aos financiamentos tenha melhorado nos últimos anos, Broch ressaltou que os agricultores enfrentam uma "dificuldade histórica" para obter os valores disponibilizados. Conforme anunciado hoje pelo governo, os agricultores familiares terão crédito de R$ 21 bilhões para a próxima safra. Ao todo, serão aplicados R$ 39 bilhões no conjunto de medidas para o setor.
"Convocamos sindicatos, prefeitos e governadores a informar os agricultores [da medida]. Ainda há um número muito grande de agricultores que não têm acesso aos recursos por falta de assistência técnica, de conhecimento e por questões de logística", disse, após participar da solenidade de lançamento do plano hoje (6) no Palácio do Planalto.
O presidente da Contag destacou que, apesar de as medidas anunciadas pelo governo não serem suficientes para evitar a saída dos jovens do campo, representam um importante passo para isso. "Sozinhas elas não são suficientes, porque essa questão exige políticas mais específicas nas áreas de educação, saúde, internet. Mas elas estimulam [a permanência dos jovens no campo]", enfatizou.
Entre os pontos que, na avaliação dele, ficaram de fora do plano estão a ampliação significativa do seguro agrícola, que ficou em R$ 400 milhões, e a definição de um programa de renda com políticas específicas para a agricultura familiar.
Alberto Broch também ressaltou que é preciso avançar na regularização fundiária e na solução dos conflitos no campo envolvendo índios e produtores.
Edição: Talita Cavalcante
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