Wellton Máximo*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A disparada do dólar nos últimos dias fez o Banco Central (BC) mudar a postura em relação à política cambial. Pela primeira vez em dois meses, a autoridade monetária vendeu dólares no mercado futuro – operação conhecida como swap cambial tradicional – para conter a alta da cotação da moeda norte-americana.
No leilão de hoje, o BC conseguiu vender US$ 876,7 milhões no mercado futuro. O banco ofereceu 30 mil contratos com vencimento em julho deste ano, dos quais foram vendidos 17,6 mil. A última operação de swap tradicional havia ocorrido em 27 de março deste ano.
A operação ajudou a conter a alta do dólar apenas por algumas horas. Por volta das 11h10, o dólar comercial tinha atingido R$ 2,1421. Às 13h, a cotação recuou um pouco, para R$ 2,1195. No entanto, a moeda norte-americana voltou a subir novamente e, por volta das 15h20, era vendida a R$ 2,1400.
Há uma semana, o dólar vem subindo por causa de indicações que o Federal Reserve (FED, o Banco Central dos Estados Unidos) reduzirá os estímulos monetários que têm impulsionado a economia norte-americana nos últimos anos. Com a diminuição do volume de dólares em circulação, a moeda torna-se mais cara, o que afeta as cotações em todo o mundo.
No último dia 29, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a ação do FED, ao sinalizar que poderá elevar as taxas de juros, “fez com que as taxas relativas ao dólar se elevassem no longo prazo e [provocou uma situação em que] a maioria das moedas está se desvalorizando”.
Segundo o ministro, isso não é, porém, uma preocupação para o Brasil: com a desvalorização do real, o país fica mais competitivo ao vender seus produtos para o exterior. Mantega deixou claro que não há qualquer intervenção do governo visando à desvalorização do dólar. “Está havendo uma flutuação do câmbio, com a menor intervenção possível do governo. Então, é o mercado que está agindo neste sentido, e isso é positivo, porque favorece as exportações brasileiras”.
Mantega também afirmou que a cotação do dólar não será usada no combate à inflação.
*Colaborou Kelly Oliveira
Edição: Nádia Franco
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