Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que a ocupação, por lideranças indígenas, de um dos canteiros de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, é uma das maiores preocupações do governo. O ministro disse esperar que, ao longo do dia, os índios mundurukus respeitem o prazo de 24 horas estipulado ontem (28) pela Justiça Federal para que deixem o local, e aceitem o convite, enviado esta manhã, para virem a Brasília para dialogar. Para Carvalho, a ocupação tem causado prejuízos ao país.
“Esperamos que eles entendam essa forma de diálogo e desocupem o canteiro. Passadas as 24 horas, nós vamos ter que voltar ao juiz para ver como é que nós vamos fazer. Esperamos sinceramente não precisar fazer uso da força. Não é adequado. Agora, chega um momento em que a lei tem que prevalecer. Os índios são cidadãos e eles, como nós, precisam cumprir também a lei e aí vamos ter que fazer prevalecer a lei”, disse Carvalho, durante lançamento da 5ª Edição do Prêmio Objetivos do Milênio (ODM) Brasil, no Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal.
Segundo o ministro, o governo está disposto a trazer as lideranças em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para uma conversa, o que considera um direito dos povos indígenas. “Agora, o que não pode é interceptar, impedir o trabalho de uma obra, porque é um prejuízo ao país, é um prejuízo para todos os contribuintes e é um prejuízo para a nossa infraestrutura hidrelétrica, que é fundamental para a manutenção do progresso e do avanço do país”.
Carvalho disse que os índios andaram 800 quilômetros para fazerem a ocupação. Na ocupação anterior, segundo ele, foi também enviada uma carta chamando para o diálogo, mas não houve resposta. Ele disse que a aposta do governo é encontrar uma solução pelo diálogo.
Sobre entrevista do senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, em que cobrou um pedido público de desculpas da presidenta Dilma Rousseff pelas informações incorretas divulgadas pela Caixa Econômica Federal sobre a antecipação do pagamento do Bolsa Família, Carvalho respondeu que não vê motivo para o pedido de desculpas.
"Esse é um assunto que não vou comentar, não é da minha área. Não vejo razão nenhuma para desculpa, a presidenta Dilma não disse nada fora [...] não fez nenhuma ilação, a presidenta teve todo o cuidado de determinar a investigação do assunto. Acho que ela agiu de maneira muito adequada e não há, da parte do governo, nenhuma atitude da parte da presidenta que possa levá-la a pedir qualquer tipo de desculpa".
Edição: Carolina Pimentel
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