Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O governador do Rio, Sérgio Cabral, vetou hoje (16) a mudança no nome das estações do metrô da capital fluminense, depois que a concessionária MetrôRio, que administra o serviço, ter anunciado um projeto que concede os direitos de nome das plataformas às empresas interessadas. Cabral autorizou somente a adoção comercial das estações, “visando à melhoria da prestação dos serviços à população”.
O projeto Estação Patrocinada é anunciado como o primeiro programa de patrocínio corporativo das autoridades de transporte do Brasil e inclui os “direitos de nome, uma estratégia desenvolvida para parceiros exclusivos e bem estabelecidos em toda a amplitude dos ativos e instalações”, segundo informações do site do MetrôRio. Segundo a página, a iniciativa garante o benefício de investimentos “sólidos e de longo prazo”, pois os contratos têm vigência de oito anos.
Em nota divulgada hoje (16), a concessionária voltou atrás e disse que o projeto está relacionado à publicidade e ao espaços de mídia e “não muda em absoluto o nome das estações e sim permite a adoção comercial de cada uma”. A concessionária MetrôRio informou ainda que “a receita acessória é revertida para o conforto dos usuários e à ambientação das estações, conforme previsto no contrato de concessão. Dessa forma, poderão surgir nas estações espaços de convivência, internet wi-fi, ações culturais e exposições”.
Estão disponíveis para adoção comercial seis das 35 estações do metrô: Carioca, Ipanema/General Osório, Uruguai, Central, Cinelândia e Maracanã. Os bicicletários de onze plataformas também estão abertos para a concessão, com o uso da logo da empresa nos adesivos de parede e nas placas de identificação deles.
Para o professor do Departamento de Marketing e Pesquisa da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio (ESPM), Vitor Pires, as marcas precisam cada vez mais fazer parte do dia a dia das pessoas, para propiciar experiências que não estejam ligadas ao consumo, como serviço de internet e conforto. Pires citou como exemplo a ação feita pela marca portuguesa de papel higiênico Renova, que criou um espaço de exposição de produtos dentro do banheiro do Museu do Louvre, em Paris, proporcionando “outro visual, limpeza, nova apresentação e ambiência”.
Sobre a projeto de mudança do nome das plataformas do metrô, o professor disse que as denominações das “estações têm representação histórica, acho uma questão complicada a utilização de nomes de marcas de ações de apelo urbanístico em lugares significativos da cidade”. Ele ressaltou que já existe exploração publicitária no metrô, como dentro dos vagões e em outros espaços de uso público.
O projeto surgiu a partir de uma parceria com a empresa IMX, integrante do Grupo EBX, do empresário Eike Batista. “A IMX é apenas uma das parceiras responsáveis pela busca de patrocinadores, não detendo a exclusividade deste processo”, informou a MetrôRio.
A Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos para Transportes (Agetransp) disse, por meio de nota, que não recebeu, até o momento, nenhum documento ou comunicado formal sobre o projeto Estação Patrocinada da concessionária MetrôRio. “O conselho diretor da agência não se manifesta sobre assuntos regulatórios passíveis de abertura de processo e que possam vir a ser julgados em sessão regulatória pública”.
Edição: Fábio Massalli
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