Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O governo estadual lança amanhã (9) um cartão que concederá R$ 1.350,00 por mês para custear o tratamento de dependentes químicos que aceitaram a internação voluntária. O recurso do chamado Cartão Recomeço será repassado para as clínicas credenciadas onde os dependentes estiverem sendo tratados, e nenhum dinheiro será entregue diretamente aos pacientes.
Segundo o governador Geraldo Alckmin, a princípio serão atendidas 3 mil pessoas. “Em, no máximo, 60 dias, o cartão começará a ser distribuído. Haverá uma rede de entidades credenciadas e com o cartão paga-se às entidades. Não serão hospitais, serão abrigamentos, comunidades terapêuticas”, explicou.
O governador falou sobre o cartão após anúncio de instalação de vigilância eletrônica nas escolas hoje (8). Ele ressaltou que o cartão propiciará o acompanhamento do paciente na área social, para evitar que o usuário tenha recaída.
Alckmin disse ainda que, depois do tratamento feito nas unidades do estado, pode haver casos que precisem de retaguarda para garantir a completa recuperação, e com o Cartão Recomeço esses pacientes poderão continuar o tratamento por mais seis meses nas casas de auxílio à recuperação.
As clínicas particulares que participarão do programa serão escolhidas por meio de edital. Por conta do lançamento marcado para amanhã, Alckmin não quis dar detalhes do projeto, mas disse que a escolha das entidades será feita com critérios definidos e de acordo com a localização geográfica dentro do estado.
A coordenação do programa será feita por um grupo gestor coordenado por Ronaldo Laranjeira, considerado uma referência em atendimento de dependentes químicos e professor titular do departamento de Psiquiatria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
O programa prevê o credenciamento de clínicas em 11 cidades: Diadema, Sorocaba, Campinas, Bauru, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Presidente Prudente, São José dos Campos, Osasco, Santos e Mogi das Cruzes.
Alckmin justificou a necessidade de pagar pela continuidade do tratamento em clínicas particulares pelo fato de o governo estadual não possuir locais adequados para isso.
“O governo do estado não tem abrigos e comunidades terapêuticas, só tem hospital. As prefeituras têm, mas [o número] é insuficiente. Temos que nos conscientizar da gravidade do problema da dependência química, que hoje tem 2 milhões de pessoas no Brasil. O impacto para a família e para a sociedade é muito grande”.
Edição: Davi Oliveira
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