Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A segurança dos pacientes atendidos em hospitais de Mato Grosso do Sul é um dos itens que serão analisados pela força-tarefa anunciada pelo Ministério da Saúde para apurar irregularidades em quatro unidades que prestam serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS) na região: Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, Associação Beneficente de Campo Grande-Santa Casa, Hospital Universitário de Campo Grande e Hospital do Câncer.
De acordo com o secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro, que detalhou a atuação do grupo em entrevista à imprensa, hoje (8), em Campo Grande, durante 30 dias serão analisados prontuários médicos para verificar se os tratamentos feitos correspondem ao indicado e ao que está sendo ressarcido pelo SUS.
A força-tarefa, criada pela Portaria 768, publicada na terça-feira (6) no Diário Oficial da União, também verificará os índices de toxicidade, de recaída da doença e de mortalidade por meio de cruzamento das informações contidas no prontuário com sistemas de informação do SUS. O grupo conta com representantes dos governos estadual, municipal e federal.
Ontem (6), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve em Campo Grande, onde, acompanhado de uma equipe técnica, se reuniu com gestores municipais e estaduais para definir a composição do grupo de trabalho. Na ocasião, ele disse que a força-tarefa também vai verificar se as unidades conveniadas cumpriram todas as recomendações feitas pelo ministério nas auditorias concluídas em 2011 e 2012.
Entre as distorções apontadas nos relatórios do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), vinculado ao Ministério da Saúde, estão a cobrança indevida por procedimentos de radioterapia, irregularidades na folha de controle de frequência do setor de radioterapia, irregularidades em autorizações de procedimentos de alta complexidade, funcionamento inadequado do serviço de quimioterapia, faturamento indevido de procedimentos oncológicos e deficiências na estrutura física e funcional. Todas as informações foram repassadas à Polícia Federal e à Controladoria-Geral da União.
No domingo (4), o programa Fantástico, da TV Globo, denunciou as irregularidades nos hospitais, entre elas a cobrança indevida de procedimentos oncológicos.
Edição: Aécio Amado
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