Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O estado do Rio de Janeiro apresentou um fraco desempenho em termos do mercado de trabalho nos três primeiros meses de 2013, em comparação com anos anteriores. É o que mostra o Boletim de Mercado de Trabalho divulgado hoje (2) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
O estado encerrou o trimestre com perda de 599 postos de trabalho. No mesmo período do ano passado, foram criados 27.487 empregos formais. No Brasil, a geração de 264.796 vagas entre janeiro e março ficou 31% abaixo do número registrado no mesmo período de 2012 (381.241), destaca a pesquisa.
“Houve uma desaceleração significativa no mercado de trabalho. O primeiro trimestre de 2013 só não foi pior que o de 2009, que foi o ano de crise internacional”, disse à Agência Brasil o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Guilherme Mercês. O desempenho negativo foi comum a todos os setores da economia fluminense. “Alguns tiveram patamar mais negativo. Mas, todos com menos contratações do que no mesmo período do ano passado”.
O economista observou que o mês de janeiro foi o fator determinante para esse resultado. “O Rio de Janeiro registrou um janeiro muito ruim, principalmente nos setores de serviços e construção civil”. Com isso, os bons resultados de fevereiro (+8.692 vagas) e março (+15.359 empregos formais) não foram suficientes para reverter o saldo negativo do trimestre.
Não foi identificado ainda o que provocou essa retração no emprego em janeiro, representada por 24.650 demissões. “Ocorreram muito menos contratações na construção civil em janeiro e, em consequência, teve menos contratações na parte de serviços imobiliários. Esses dois principais vetores fizeram um janeiro mais negativo que o tipicamente, porque o mês já concentra grande parte das demissões de trabalhadores temporários”, disse.
O movimento foi observado, de forma geral, em todas as oito regiões do estado, incluindo a capital. “Eu diria que metade gerou novas vagas e a outra metade extinguiu postos de trabalho no trimestre”. A única região que mostrou movimento de ampliação do número de vagas foi o noroeste fluminense, com 779 postos criados, contra uma diminuição de 106 postos de trabalho no primeiro trimestre de 2012.
Guilherme Mercês disse que o número de postos de trabalho criados em fevereiro e março, sobretudo nesse último mês, evidencia uma interrupção da trajetória de queda das contratações. “Para se ter uma ideia, o resultado de março foi 30% superior ao do mesmo mês do ano passado. Então, a gente espera uma interrupção dessa queda nas contratações”. Ele estima, entretanto, que o ritmo de recuperação do emprego não deverá ser muito intenso ao longo do ano.
Por setores, o comércio do Rio de Janeiro apresentou 18.839 demissões entre janeiro e março, contra 16.571 postos fechados em igual período do ano passado. Na indústria, foram criadas 2.766 vagas, resultado inferior às 4.516 contratações feitas no primeiro trimestre de 2012. Mesmo o setor que mais gerou postos de trabalho nos três primeiros meses de 2013, a construção civil (+8.104), não foi capaz de alcançar o mesmo desempenho apresentado no período janeiro a março de 2012 (17.443 vagas criadas), indica o boletim da Firjan.
Edição: Aécio Amado
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