Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou hoje (2) para um degelo recorde no Ártico entre agosto e setembro de 2012. O alerta está no relatório anual sobre mudanças climáticas denominado Atlas da Saúde e do Clima, que faz uma relação entre como as mudanças no clima e os eventos climáticos extremos afetam a saúde das pessoas. De acordo com o documento, o ano de 2012 foi um dos nove anos mais quentes desde 1850.
De acordo com o estudo, as temperaturas acima da média foram observadas na maior parte das áreas terrestres do mundo e foram mais notadas na América do Norte, no Sul da Europa, na Rússia (Ocidental), em áreas do Norte da África e no Sul da América do Sul.
Entre agosto e setembro de 2012, a cobertura de gelo no Ártico era 3,4 milhões de quilômetros quadrados, o que representa um decréscimo de 18% na comparação com o ano de 2007, ano do registro anterior. "O aquecimento contínuo da atmosfera é um sinal preocupante", ressaltou o secretário-geral da OMM, Michel Jaurrad.
Jaurrad chamou a atenção para “muitos outros extremos” registrados em 2012, como as secas e os ciclones tropicais. “A variação natural do clima sempre deu origem a estes extremos, mas as características físicas do tempo e do clima estão cada vez mais sendo moldadas pelas mudanças climáticas", disse ele. "Por exemplo, o nível do mar aumentou 20 centímetros desde 1880. Com isso, as tempestades como o Furacão Sandy causam muitas inundações costeiras."
Segundo Jarraud, o aquecimento mundial varia devido a uma série de fatores, incluindo os fenômenos meteorológicos como El Niño e La Niña – que contribuem para o aquecimento e degelo, do Oceano Pacífico, assim como para erupções vulcânicas. De acordo com ele, “o aquecimento vai continuar" em decorrência do aumento das concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa.
O atlas apresenta exemplos práticos de como o uso do tempo e de informações sobre o clima podem proteger a saúde pública e está disponível em árabe, chinês, inglês, francês, russo e espanhol.
*Com informações da OMM e da agência pública de notícias de Portugal, Lusa
Edição: Denise Griesinger
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