Vinícius Lisboa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Moradores de Seropédica, na Baixada Fluminense, estudantes e funcionários da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro têm sido vítimas de assaltos na ciclovia que liga o prédio principal da faculdade ao centro do município. A segurança da universidade e estudantes que foram vítimas dos criminosos reclamam que falta policiamento no percurso de cerca de dois quilômetros ao longo da Estrada Rio-São Paulo (BR-465).
O chefe da Guarda da universidade, Renan Canuto, conta que, na última segunda-feira, pelo menos dois grupos de estudantes foram assaltados por um ciclista armado, que levou celulares e dinheiro. O número de vítimas, no entanto, é maior, já que a universidade só contabilizou as queixas feitas na guarda.
A veterinária Gabrielli Santiago, estudante de mestrado na UFRRJ, narra que voltava para Seropédica com duas amigas às 19h, quando o ciclista apontou a arma na barriga dela e depois na cabeça de uma das amigas, em um dia em que a ciclovia estava movimentada. "Ninguém viu, só quem era assaltado. Ele agiu discretamente. Um professor que conheço e estava logo atrás de mim nem reparou. Achou que eu conhecia o garoto pela forma como ele nos abordou", diz ela. O assaltante levou apenas um celular do trio.
Na 48ª Delegacia Policial (DP), em Seropédica, Gabrielli conta que encontrou dois grupos que queriam registrar queixa contra um assaltante com as mesmas características, além de um casal. Só a queixa dela foi registrada no dia da ocorrência, já que as outras vítimas afirmaram que não podiam esperar o registro por causa de compromissos na universidade.
Outra aluna de pós-graduação de veterinária, Carla Caroline, conta ter sido vítima do mesmo assaltante em um ponto de ônibus que fica em um ponto da ciclovia, às 18h50. "Tinha uma senhora comigo, e ela logo foi entregando tudo. Eu tive uma reação inconsequente e ainda discuti com ele. Comecei a chorar muito, o que fez ele pegar somente meu celular e sair logo, sem levar meu dinheiro ou outros pertences".
Segundo as duas estudantes, não havia policiamento na ciclovia no momento do crime. O chefe da segurança da universidade afirma que já pediu à Polícia Militar que fiscalize constantemente o trajeto, mas a recomendação nem sempre é atendida.
Procurada pela Agência Brasil, a PM-RJ informou que o comandante do 24º Batalhão Policial Militar, de Queimados, "já tem conhecimento desse fato e já colocou o Serviço de Inteligencia para atuar na região, além de reforçar o patrulhamento no local". A polícia pediu que as vítimas registrem queixa na 48ª DP, para que "sejam detectados com mais celeridade os locais onde a mancha criminal é maior".
O chefe da guarda da universidade disse que, nos próximos dias, sua equipe também reforçará o patrulhamento na ciclovia, mas lembrou que o efetivo não é suficiente para garantir a segurança da área, que é externa à universidade. "À noite fica complicado. O caminho é grande e tem muita área verde. A universidade tem mais de 3 mil hectares".
Edição: Tereza Barbosa
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