Da Agência Lusa
Brasília - O presidente norte-americano, Barack Obama, comprometeu-se hoje a fazer um novo esforço para fechar a prisão militar de Guantanamo, onde aumentaram os casos de greve de fome entre os detidos por suspeitas de terrorismo. Em uma conferência de imprensa na Casa Branca, Obama chamou Guantanamo de "terra de ninguém" legal e disse não querer que nenhum preso morra de fome, apelando ao Congresso norte-americano para ajudar a encontrar uma solução a longo prazo que permita continuar a perseguir os suspeitos de terrorismo com a prisão fechada.
"Continuo a acreditar que temos que fechar Guantanamo. Penso que é essencial para nós perceber que Guantanamo não é necessária para manter a América segura", disse o presidente. Obama argumentou que a prisão "é cara, é ineficaz" e prejudica a reputação internacional dos Estados Unidos, afetando a colaboração com os seus aliados nos esforços contra o terrorismo e agindo como "ferramenta de recrutamento para extremistas".
Uma greve de fome que se espalhou por 100 presos voltou a pôr a prisão de Guantanamo debaixo de escrutínio, com os detentos protestando contra a sua detenção sem acusação formal ou julgamento. Dos 166 detidos na base naval localizada no sudeste de Cuba, 100 estão em greve de fome, segundo a última contagem feita pelas autoridades militares. Desses, 21 são alimentados à força por tubos nasais.
O presidente Obama, que em 2008 prometeu fechar a prisão criada pelo seu antecessor, George W. Bush, defende que os combatentes inimigos devem ser acusados em tribunais civis e o repatriamento dos que forem absolvidos. "Vou voltar a defender perante o Congresso que isso [Guantanamo] não é do interesse do povo americano e não é sustentável".