Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo de Bangladesh recusou a ajuda internacional para colaborar no socorro e apoio às vítimas do desabamento de um prédio comercial, ocorrido há seis dias. Segundo as autoridades locais, não há necessidade de apoio externo porque o socorro foi suficiente e exemplar. As operações no local permanecem, mas as autoridades afastaram as esperanças dos parentes que aguardavam encontrar mais pessoas vivas.
O governo rechaçou as acusações de negligência nas operações de socorro e de buscas. "Não sentimos necessidade de recorrer à ajuda estrangeira de emergência porque o nosso dispositivo de socorro foi suficiente e mostrou ser exemplar", disse o ministro do Interior do Bangladesh, Mustak Ahmed. "O nosso Exército, os nossos bombeiros e voluntários fizeram um bom trabalho. Também estamos bem equipados", acrescentou.
Pelo menos 382 pessoas morreram no acidente. As autoridades do país informaram que só será possível determinar o número total das vítimas depois da remoção dos escombros. As operações de limpeza começaram ontem (29), após a suspensão das buscas de sobreviventes.
Pelas informações oficiais, aproximadamente 2,4 mil pessoas foram resgatadas com vida do edifício, no qual trabalhavam 3 mil. "O nosso objetivo é realizar a operação o mais depressa possível. Mas prudentemente. Há corpos nos escombros", disse o porta-voz das Forças Armadas, Shahinul Islam.
No edifício havia cinco fábricas, que produziam roupas para marcas ocidentais, como a espanhola Mango e irlandesa Primark. A Primark se comprometeu a pagar indenizações às vítimas. O grupo canadense de alimentos Loblaw também anunciou a intenção de prestar ajuda às famílias das vítimas.O grupo Loblaw distribui a marca de vestuário Joe Fresh.
O governo anunciou um plano de inspeção das fábricas de tecidos e roupas no país, denunciadas por irregularidades. De acordo com um assessor do governo do Bangladesh, uma comissão presidida por um ministro de Estado vai supervisionar a inspeção de todas as fábricas de roupas e verificar se estão dentro da lei.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa // Edição: Juliana Andrade