Da BBC Brasil
Brasília – Equipes de resgate estão tendo dificuldades para alcançar os sobreviventes do terremoto de magnitude 6,6 na escala Richter que atingiu a província de Sichuan ontem (20), no Sudoeste da China. Membros das equipes, vestidos com uniformes laranja, estão caminhando até os vilarejos mais remotos depois que estradas foram bloqueadas devido aos deslizamentos de terra causados pelo tremor.
No total, 203 pessoas morreram e mais 11,5 mil ficaram feridas, segundo as últimas informações da imprensa estatal. Entre os feridos, pelo menos 960 estão em estado grave. Soldados trabalharam durante toda a noite fazendo buscas nos vilarejos e atendendo a feridos. Os moradores da região dormiram dentro de carros.
O novo primeiro-ministro da China, Li Keqiang, chegou a Sichuan ontem, de helicóptero, e está supervisionando as operações de resgate. Ele visitou hospitais e barracas onde as vítimas recebem atendimento de urgência, além de escalar destroços para ver a extensão da destruição. Alguns vilarejos perto do epicentro ficaram em ruínas depois do terremoto.
Chen Yong, vice-diretor do Departamento de Reação a Terremotos da cidade de Ya'an, disse que o número de mortos pode aumentar. "A maioria dos mortos e feridos já foi informada [às autoridades]. Em algumas áreas montanhosas é possível que não tenhamos todas as informações sobre a situação”.
Ambulâncias, carros de bombeiros e caminhões militares com suprimentos estão esperando em longas filas nas estradas bloqueadas da província. "Estamos tendo dificuldades para chegar com os suprimentos na região por causa dos congestionamentos. A maior parte de nossos suprimentos ainda estão a caminho", disse Kevin Xia, da Cruz Vermelha.
No vilarejo de Longmen, no condado de Baoxing, quase todas as construções foram destruídas, de acordo com as autoridades. As equipes de resgate foram obrigadas a dinamitar rochas que caíram em algumas estradas e a chuva que caiu durante a noite prejudicou ainda mais o trabalho.
A China recebeu ofertas de ajuda de outros países, incluindo o Japão, mas o governo chinês informou que, por enquanto, não precisa da ajuda. Se a situação mudar, a China disse que entrará em contato com o governo japonês. Mais um grande terremoto atingiu Sichuan em 2008 e causou pelo menos 90 mil mortes e deixou 5 milhões de pessoas desabrigadas.